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Por Marina Cardoso e Maria Clara Matturo*

Rio - A Prefeitura do Rio e o governo do estado preparam para o Carnaval um plano de contingência em virtude dos recentes casos de coronavírus ao redor do mundo e a grande circulação de turistas na cidade. Na China, 360 morreram e a doença já atinge mais de 14,3 mil pessoas em 24 países. Neste sábado, foi registrada nas Filipinas a primeira morte fora do país foco do surto.  

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o planejamento será finalizado e divulgado nesta semana. Há a possibilidade de 120 leitos extras em suas unidades. "Estamos em fase de planejamento, revendo nossos estoques de insumos especializados e centros de referência para atendimento a pacientes com a doença, como o Ronaldo Gazolla, em Acari", disse à Agência Brasil a secretária Beatriz Busch. Ela também destacou a preocupação em relação ao sarampo, que teve campanha de vacinação no sábado.

No nível estadual, o médico da Secretaria de Saúde Alexandre Chieppe disse que o plano de contingência não atinge só as datas de Carnaval. "Nós já o preparamos em virtude da declaração da OMS de emergência internacional. Já está em funcionamento, mas agora o objetivo é expandir para hospitais como Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, dos Servidores e Pedro Ernesto, para estarmos ainda mais preparados", afirmou.  

Para quem vai curtir o Carnaval, o infectologista Alberto Chebabo diz que os foliões devem se preparar com as orientações já passadas pelas autoridades. "Como não há nenhum caso confirmado no país, são aquelas precauções de levar álcool em gel, pessoas doentes evitarem aglomerações e ao espirrar cobrir com um anteparo como lenço ou cotovelo", orienta.

Segundo Chebabo, as mesmas precauções valem para o sarampo. "Porém, com o surto existente no estado, a maior indicação é as pessoas se vacinarem", afirma.


 

 

Foliões cariocas começam a se ligar no risco da doença
Rio de Janeiro - RJ  - 02/02/2020 - O povo no Largo dos Leoes, no Humaita, zona sul do Rio fala sobre o coronavirus no carnaval do Rio de Janeiro - Na foto, Manuela Netto -  Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 02/02/2020 - O povo no Largo dos Leoes, no Humaita, zona sul do Rio fala sobre o coronavirus no carnaval do Rio de Janeiro - Na foto, Manuela Netto - Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O DiaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
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Apesar de não existirem casos de coronavírus confirmados no Brasil, a preocupação com a doença está ligada já que o Rio terá nos próximos dias terá um grande fluxo de turistas e aglomerações por conta do Carnaval. Segundo a RioTur, em 2019, a capital recebeu mais de um milhão de visitantes. "A base da saúde é a prevenção. Por isso, considero a medida da secretaria super importante", diz a biomédica Paloma Nascimento, de 24 anos.
No entanto, alguns foliões do Bloco "Só Caminha", na Zona Sul do Rio, pareciam não se importar com o risco da doença: "A gente está preocupado é com o Carnaval. Por isso que eu não paro de beber para não pegar nada", disse o técnico em eletrônica Abel Jesus, 44. Mas a estudante Manuela Netto, 15, aproveitou para sair fantasiada de máscara cirúrgica e frasco com álcool em gel no bolso. "Acho que se algum caso for confirmado, essa fantasia vai se tornar mais frequente", concluiu a jovem.
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Repercussão garante volta de brasileiros
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Após a repercussão de vídeo de um grupo de brasileiros pedindo ao presidente Bolsonaro que fossem retirados da China, o governo voltou atrás e vai trazê-los. Mais cedo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou apoio à repatriação. Bolsonaro havia dito que não via a volta como oportuna.
Os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores adotaram todas as medidas necessárias. Entre elas, o período de quarentena assim que chegarem ao Brasil, sob a orientação do Ministério da Saúde. Além disso, a Força Aérea trabalha em plano de voo de aeronave enviada à China, possivelmente fretada. A Embaixada do Brasil em Pequim ficará responsável por divulgar data, itinerário e protocolo.
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Ontem, foi divulgada a morte de um chinês de 44 anos, que estava internado em Manila, nas Filipinas, desde 25 de janeiro com pneumonia. Para hoje está prevista a abertura do hospital provisório em Wuhan, na China, que receberá infectados pelo vírus, após dez dias de obras. A unidade contará com 1,4 mil equipes médicas de militares e mil leitos.
*Sob supervisão de Max Leone
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