O presidente do Afoxé, Carlos Alberto Kroff, ressaltou que são 57 anos de tradição do cortejo. "É um povo de axé que chega junto para manter essa tradição e resistência cultural. Cada casa de candomblé é uma família e essa é a reunião dessas famílias de Axé", disse ele. "Por isso, mantemos o carinho, o respeito e transmitimos essa paz para todos que nos rodeiam e acompanham, sem qualquer tipo de discriminação", completou.
Kroff comentou ainda sobre os frequentes episódios de intolerância às religiões de matriz africana. "A intolerância pode existir para as pessoas mal informadas. O importante não é a religião, é a fé que cada um carrega no seu peito. Independente da religiosidade que você carrega consigo, a fé ultrapassa qualquer obstáculo", pontuou.
Entre as muitas famílias presentes, a moradora de Paciência Mayara Regina, de 22 anos, levou pelo segundo ano a filha Daya, de 2 anos, para o cortejo. "Toda minha família é devota. Vim pedir paz, saúde, prosperidade, axé. É um dia especial", afirmou ela.
Já Celi da Conceição, de 60 anos, foi com o filho Pedro Paulo, que completou 26 anos ontem, no dia da mãe das águas salgadas. "Venho desde que nasci. É uma alegria oferecer nossos presentes para Iemanjá. Que seja ano de muita força, saúde e caminhos abertos", comentou Pedro.
A aposentada Irene Neves, 86 anos, também fez questão de participar da celebração. "Para quem tem fé, é muito lindo acompanhar esse dia. É algo sagrado. Todo ano venho fazer os pedidos para mim e minha família", disse ela.