Na Cidade do Samba, o carnavalesco Edson Pereira explica como será o defile/viagem da escola -  Fotos Ricardo Cassiano
Na Cidade do Samba, o carnavalesco Edson Pereira explica como será o defile/viagem da escola Fotos Ricardo Cassiano
Por Luana Dandara

As alegorias da Vila Isabel para o Carnaval 2020 farão jus ao nome do enredo 'Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil'. O abre-alas, com 60 metros de comprimento e 18 de altura, será composto por três carros acoplados e contará ainda com efeitos de água. Segundo o carnavalesco Edson Pereira, o desfile vai ser uma passagem pelos quatro cantos do país até Brasília, a 'terra prometida'.

"Quem vai conduzir essa história é o índio, o dono dessa terra. Ele vai para sua lida diária, quando se transforma em uma ave jaçanã, rumo a conhecer a identidade do povo brasileiro", explica o carnavalesco, que assina seu segundo trabalho na escola de Noel. "No abre-alas, o primeiro carro é uma rosa dos ventos. No segundo, uma flor do cerrado, como Brasília é chamada, que passa também pela cultura indígena. O último dos carros traz a Mãe Pátria, uma índia, com seu filho Brasil no colo", detalha.

No segundo setor, duas enormes esculturas de touros vão conduzir uma alegoria sobre a região Sul do país. "Nesse setor mostramos o grande celeiro do nosso Brasil, essa característica do sulista que vence desafios e cruza fronteiras", diz ele.

Em seguida, a Região Sudeste será representada por Minas Gerais, onde nasceu o ex-presidente Juscelino Kubitschek, grande responsável pela construção de Brasília. "Vai ser uma alegoria com uma estética barroca, que aproveitará o azul e branco da Vila Isabel. Nas alas, falamos ainda da cultura do samba e do carioca".

O povo nordestino ganha o quarto setor, ao mostrar candangos que se direcionaram para a construção da atual capital federal.

No fim do desfile, o jaçanã pousa no Centro-Oeste para se transformar no mapa da cidade, que tem forma de uma ave. "É onde a gente deposita os sonhos de um Brasil maior, melhor e igual para todos", pontua o carnavalesco.

 

Opção por materiais alternativos
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Prometido pelo governo de Brasília, o patrocínio de mais de R$ 1 milhão à Vila Isabel está indefinido. Sem o dinheiro no caixa, a escola deixa de lado o luxo do ano passado para adotar um estilo artesanal.
"O enredo também pede isso. Estou usando materiais alternativos, como capim seco, bucha vegetal e feno. Isso é prezar pela qualidade estética, sem perder a qualidade visual e ganhando muito no orçamento", afirma o carnavalesco.
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Com ampla experiência na Série A, Edson Pereira sabe bem administrar um Carnaval dispondo de menor orçamento. "Lógico que o dinheiro faz falta. Mas sabia que seria um ano difícil. O importante é trabalhar com planejamento e criatividade".
O último setor trará a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e imagens dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, que projetaram Brasília.
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