Motoristas do BRT enfrentam buracos pelo corredor exclusivo  - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Motoristas do BRT enfrentam buracos pelo corredor exclusivo Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Anderson Justino

Rio - Rosa Luíza da Silva, faxineira, 45 anos, moradora de Cosmos. João Pedro Lima, auxiliar administrativo, 28 anos, morador da Taquara. Janaína Ferreira, universitária, 24 anos, moradora do Jardim Sulacap. Essas pessoas têm em comum o fato de morarem na Zona Oeste e serem usuárias do BRT (sistema de ônibus expresso do Rio de Janeiro). Entre elas, um só desejo: melhoria no serviço prestado pela concessionária.

Por três dias consecutivos, a equipe de reportagem de O DIA circulou pelas linhas do BRT: Transoeste, Transcarioca e Transolímpica. E inicia hoje uma série que se estende até terça-feira com histórias variadas sobre vandalismo, situações de insegurança e falta de manutenção.

Inúmeras irregularidades foram encontradas ao longo das 125 estações e dos nove terminais. Painéis informativos fora de funcionamento; superlotação; passageiros dando calote; comércio irregular; coletivos em péssimas condições; estações depredadas ou fechadas.

O BRT foi planejado para desafogar o trânsito na capital. Cerca de 380 mil passageiros usam o transporte diariamente. Fora os que acessam o sistema sem pagar.

"A gente não pode fazer nada quando o passageiro decide dar calote. Certa vez, só olhei para um rapaz que estava fazendo isso e ele me mostrou uma arma na cintura", revelou um controlador de roleta.

No ano passado, por ordem da prefeitura do Rio, o BRT passou por processo de intervenção. 

Transoeste: destruição e invasão
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A primeira linha percorrida é a Transoeste, que liga os bairros de Campo Grande, Cosmos, Paciência, Santa Cruz, Guaratiba, Recreio e Barra da Tijuca. Das 62 estações e 4 terminais ao longo de seus 56 km de extensão, vinte delas, no trecho da Avenida Cesário de Melo, estão fechadas desde maio de 2018, após constantes casos de vandalismo e violência na região.
Rosa Luíza, que sai de Cosmos para trabalhar em Copacabana, explica que viaja por mais de duas horas. "Com destruição de estações, preciso pegar um ônibus até Campo Grande e, de lá, pego o BRT para Santa Cruz, faço baldeação e sigo para o Jardim Oceânico. Lá, pego o metrô. Seria muito mais fácil se a estação Cosmos estivesse funcionando".
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Fechada, a estação Prefeito Alim Pedro, em Campo Grande, virou abrigo para um casal de moradores de rua. Ao longo do trecho, outras estações foram invadidas por usuários de drogas.
A maior parte dos ônibus da Transoeste circula superlotados e com portas abertas. Além disso, durante o percurso o motorista precisa ser um maratonista para fugir dos buracos.
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