Josefa Reyes, moradora de Água Santa, reclama que a entrada de água da Cedae na casa dela está fechada, mas a conta já chegou - Luciano Belford/Agência O Dia
Josefa Reyes, moradora de Água Santa, reclama que a entrada de água da Cedae na casa dela está fechada, mas a conta já chegouLuciano Belford/Agência O Dia
Por Waleska Borges

O governo estadual vai apresentar, até a próxima quarta-feira, uma contraproposta ao acordo que visa indenizar a população pelos problemas na qualidade da água da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). O consenso foi sugerido pelo Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), da Defensoria Estado do Rio, e pelo Ministério Público Estadual.

A expectativa é que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), prevendo a indenização, seja fechado na sexta-feira da próxima semana. Com isso, o desconto referente ao fornecimento da água durante o mês de janeiro deverá ser aplicado na conta seguinte à assinatura do acordo.

Apesar de considerar altos os percentuais sugeridos na proposta de indenização, o governo sinaliza ser favorável a uma solução extrajudicial — ou seja, por meio da assinatura de um acordo. Os valores discutidos estão sob sigilo.

Em novo capítulo na crise hídrica no Rio, a ONG Meu Rio lançou na última quinta-feira a campanha online 'Cedae, essa conta não é minha'. A intenção é pressionar a companhia a reembolsar aos consumidores o valor da conta referente ao mês de janeiro. Em pouco mais 24 horas, cerca de 42 mil pessoas já tinham aderido à inciativa. A entrega das assinaturas está prevista para terça-feira, durante audiência na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde é esperado o presidente da Cedae, Hélio Cabral.

 

Enquanto crise perdura, consumidor paga conta
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Enquanto a Cedae não resolve a crise no abastecimento de água, os consumidores continuam a receber, normalmente, as contas da companhia. A cobrança é feita, a despeito dos gastos que os clientes t~em tido por precisarem apelar ao consumo de água mineral.
A dona de casa Josefa Reyes, de 49 anos, moradora de Água Santa, conta que usa água mineral em casa para beber, cozinhar e dar para os animais domésticos. "Um galão de 20 litros já está custando R$ 40,00. Ainda não resolveram o problema, mas a conta veio", reclama. Josefa conta que até já fechou a entrada de água da Cedae nos reservatórios de casa: "Vamos esperar esvaziar a caixa d'água para ver se entra uma água de melhor qualidade".
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O atendente de farmácia Jorge de Souza, de 64, que mora no Encantado, também está insatisfeito com a qualidade da água. "Essa situação é uma vergonha e um desrespeito com o consumidor. O certo seria um desconto nas nossas contas", opinou.
De acordo com monitoramento da Cedae, o gosto e o odor na saída de tratamento do Sistema Guandu já estão dentro das faixas recomendadas ao consumo.
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Procon exige notas de supermercados
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Motivado por denúncias de preços abusivos nas garrafas d'água, o Procon Carioca está fiscalizando supermercados em vários bairros da cidade. Os estabelecimentos têm prazo de 10 dias para apresentar as últimas três notas fiscais com os preços pagos. Eles também vão precisar mostrar as notas fiscais com valor de venda aos consumidores, do dia 20 de dezembro até o momento.
Segundo o presidente do Procon Carioca, Benedito Alves, os fiscais vão analisar as notas e verificar se o aumento que os supermercados estão repassando para o consumidor é proporcional ao que pagaram aos seus fornecedores. "Se o Procon Carioca concluir que o aumento do preço da água é abusivo, esses supermercados serão multados", disse Alves.
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Quem desconfiar de preço abusivo na água mineral pode encaminhar a denúncia para o Procon Carioca através do site http://www.rio.rj.gov.br/proconcarioca ou pelas redes sociais: facebook.com/proconcarioca e instagram.com/proconcariocaoficial.
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