Volta às aulas com água de má-qualidade e greve de professores. Maria Fernanda com o pai, Ângelo, da Escola Estadual Julia Kubitschek, no Centro do Rio. Foto: Ricardo Cassiano/Agencia O Dia - Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Volta às aulas com água de má-qualidade e greve de professores. Maria Fernanda com o pai, Ângelo, da Escola Estadual Julia Kubitschek, no Centro do Rio. Foto: Ricardo Cassiano/Agencia O DiaRicardo Cassiano/Agencia O Dia
Por RENAN SCHUINDT

O primeiro dia de aula na rede pública estadual, ontem, já deu uma pequena mostra do que poderá vir neste ano letivo. Se já não bastasse a água com gosto de terra, que continua a provocar transtornos na rotina dos colégios, pais e alunos ainda se depararam com o início da greve dos professores. Entre as reivindicações dos docentes estão reajuste de salários, fim das terceirizações e realização imediata de concurso público.

"No ano passado, alguns colegas repetiram de série por terem ficado muito tempo sem aula. Espero que este não seja o caso", disse a aluna Lorayne Moraes, do Colégio Estadual Souza Aguiar. Na unidade, outro problema é água que sai do bebedouro, ainda com gosto ruim. "Senti o mesmo gosto da torneira de casa. Parece terra", disse Ana Vitória.
Pai de Maria Fernanda, aluna do Colégio Estadual Júlia Kubitschek, Ângelo Loureiro apoia a causa dos professores, porém, sente receio em relação ao restante do ano. "Se esses políticos não investirem em em Educação, nossos filhos serão o quê? Tem que cortar esse monte de auxílios que eles recebem e melhorar o salários dos professores", disse.
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Os profissionais de Educação se reúnem hoje, às 10h, no Clube Municipal, na Tijuca. De acordo com o Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe), o grupo irá debater melhores condições de trabalho, os rumos da mobilização para 2020 e decidir se a rede estadual participará ou não da greve nacional, prevista para o dia 18 de março.
Nesse dia, além dos sindicatos e centrais trabalhistas, entidades ligadas ao setor educacional prometem paralisação por 24 horas para realizar um protesto nas capitais e em várias cidades do país. O objetivo principal é defender o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Contratação de professores
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Cerca de 700 mil alunos foram matriculados em todo o estado. E apesar do grande número, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) diz "estar preparada para evitar a carência de profissionais que a atual gestão encontrou no início de 2019". Segundo a pasta, mais de 13 mil professores com carga horária disponível para receber Gratificações por Lotação Prioritária (GLPs), foram cadastrados este ano.
O objetivo é que os estudantes tenham a grade de professores completa em todas as escolas. Outra novidade são as aulas ministradas por coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais, que também receberão GLPs. Apesar das medidas, a pasta estima que sejam necessárias as três primeiras semanas de aula para a alocação dos docentes selecionados.
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