Diretoria da Viradouro ergue a taça de campeã do Carnaval 2020 na quadra no Barreto, em Niterói - Cléber Mendes
Diretoria da Viradouro ergue a taça de campeã do Carnaval 2020 na quadra no Barreto, em NiteróiCléber Mendes
Por Anderson Justino

Rio - Após o início da série de reportagens feita por O DIA mostrando irregularidades e problemas diversos nas linhas do BRT, a Polícia Militar, em conjunto com a Guarda Municipal, iniciou ontem um trabalho de fiscalização nas estações dos coletivos.

A primeira operação no corredor Transoeste, no trecho entre o Terminal Jardim Oceânico (Barra da Tijuca) e a Estação Pontal (Recreio), contou com 16 PMs e 15 guardas municipais. Eles reprimiram o comércio ilegal e recolheram cerca de meia tonelada de material usado por ambulantes, além de lixo deixado pelos mesmos.

Terceiro capítulo

Na edição de domingo, O DIA começou a série com histórias sobre vandalismo, falta de segurança e má manutenção nas linhas do BRT. Depois de abordar as linhas Transoeste (domingo) e Transcarioca (ontem), hoje é a vez da Transolímpica, que liga os bairros Curicica, Taquara, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Vila Militar e Deodoro ao Recreio e à Barra da Tijuca. Ao todo, são 21 estações, em 26 quilômetros de corredor expresso.

As reclamações são as mesmas das outras duas linhas: invasão de ambulantes, falta de segurança e atrasos. "É horrível, o transporte só chega com atraso e superlotado. Em Magalhães Bastos, a gente ainda convive com usuários de drogas e camelôs", reclama uma passageira, que preferiu não se identificar.

A estação Morro do Outeiro, no Recreio, funciona apenas em uma parte, já que a outra foi depredada e invadida por moradores de rua.

BRTERÇA - ARTE O DIA

Sensação de que o errado é o certo
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"No BRT, parece que o correto está errado e o errado está correto". A frase é dita pela universitária Janaína Ferreira, de 24 anos, moradora da Taquara, na Zona Oeste, mas o sentimento é o mesmo de centenas de usuários quando o assunto é a quantidade de passageiros que transitam frequentemente pelo sistema sem pagar passagem.
Para a estudante, o grande número de pessoas que usam o transporte de alta velocidade sem pagar por isso acaba refletindo na falta de investimento para melhorias nos veículos.
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A empresa dá os números: em média, são 70 mil calotes por dia, nos três corredores. O prejuízo estimado com essa prática é de aproximadamente R$ 6 milhões por mês. Segundo a concessionária, com esse valor daria para comprar mais cinco articulados.
Já sobre as consequências do vandalismo, Janaína e muitos outros convivem com o desconforto de vidros de janela quebrados, portas destruídas, alçapões arrancados, bancos rasgados e acabamentos internos danificados.
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A responsabilidade que cabe a cada setor
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Ao todo, trinta PMs farão rondas diárias no sistema para coibir delitos e auxiliar no ordenamento dos corredores Transoeste, Transcarioca e Transolímpica.
"Nossa intenção é que a presença da PM seja um reforço à atuação da Guarda Municipal no papel de fiscalizar o sistema e dar segurança aos passageiros", disse o presidente-executivo do BRT Rio, Luiz Martins.
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Segundo a concessionária, a abordagem dos agentes será de aproximação, e não de confronto, sempre colocando o diálogo em primeiro lugar, como. por exemplo, explicar aos ambulantes que a desordem atrapalha o fluxo de passageiros.
A empresa ainda esclareceu que esse esforço em garantir a segurança e ordem em seus sistemas vai além do que cabe ao BRT, já que a responsabilidade de corrigir as transgressões, delitos e crimes é do poder público e que a prefeitura é responsável pela fiscalização do uso das pistas exclusivas por veículos de passeio.
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Fiscalização municipal
Já a Secretaria municipal de Transporte, ao ser questionada sobre os flagrantes da reportagem, disse que tem feito tudo o que é possível para garantir a melhoria dos serviços prestados à população, com ações frequentes de fiscalização.
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"Nos últimos meses, o consórcio foi multado 470 vezes por irregularidades", disse a secretaria, em nota.
 
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