Durante o período da folia, panfletos serão entregues ao município do Rio de Janeiro para que sejam distribuídos à população. O material é informativo e fornece orientações em como prevenir e agir em caso de desaparecimento de familiares ou amigos. Criada em janeiro de 2019 pelo Governo do Estado, a Coordenadoria de Desaparecidos do Rio de Janeiro é a única no país e, recentemente, foi considerada modelo para outros estados pelo governo federal.
Polícia Civil dá orientações para identificação
A Delegacia de Descoberta de Paradeiros, da Secretaria de Polícia Civil, existe há cinco anos e atua diretamente em casos de pessoas desaparecidas no estado. Segundo a titular, a delegada Elen Souto, é de extrema importância realizar a identificação correta das pessoas, principalmente de crianças, adolescentes, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade (deficientes metais).
"Do ponto de vista policial, esse é o grande diferencial neste período festivo em todo o país. A orientação que damos aos familiares destas pessoas é que estejam identificadas com pulseiras, onde constem o nome completo e o número do documento de identidade. Não recomendamos colocar o número de telefone, pois a família pode ser alvo de trote ou extorsão. Se um agente de segurança encontrar a pessoa, certamente saberá conduzir a situação para o encontro do seu familiar", explicou a delegada.
RJ: 400 desaparecimentos por mês
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2019 o Estado do Rio de Janeiro registrou 4.768 casos de desaparecimento de pessoas. A média é de aproximadamente 400 pessoas desaparecem a cada mês. Por dia, são registrados em torno de 15 casos, a maioria na capital e na Baixada Fluminense. O Ministério Público, que mantém a Assessoria de Direitos Humanos e de Minorias (ADHM/MPRJ), apresentou mais números alarmantes.
"Estamos falando de algo em torno de 500 registros de desparecimentos por mês só no estado do Rio de Janeiro. São 700 mil pessoas desaparecidas em uma década no Brasil. Estes são números assustadores. O Ministério Público tem, desde 2017, um sistema nacional de localização e identificação de pessoas desaparecidas e já conta, atualmente, com 70 mil inscritos", falou a assessora de Direitos Humanos e Minorias do MPRJ, a promotora de Justiça Eliane de Lima Pereira.
Ação da FIA na Rodoviária Novo Rio
O programa SOS Criança Desaparecida, da Fundação da Infância e Adolescência (FIA), também promoverá a distribuição de pulseiras de identificação para crianças e ações de conscientização em pontos de grande concentração de pessoas, como a Rodoviária do Rio, nesta quinta (20) e sexta-feira (21), das 9 às 15 horas.
Também estiveram presentes no evento a presidente da FIA, Ana Mantuano, o coordenador do SOS Criança Desaparecida, Luiz Henrique Oliveira, o deputado estadual Bruno Dauaire, e o subsecretário de Direitos Humanos da SEDSODH, Thiago Miranda.