Um passeio sobre a arte da gravura, com ênfase na produção da literatura de cordel. É o que propõe a mostra 'Xilogravura', que marca a reabertura da Galeria Mestre Vitalino do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), mais conhecido como Museu do Folclore Edison Carneiro. Localizado na Rua do Catete, o espaço comemora 35 anos no próximo dia 14.
Fechada há sete anos, depois de passar por uma reforma que recuperou o telhado do prédio, a Galeria Mestre Vitalino apresenta um conjunto selecionado entre 17 mil itens do acervo da instituição. Estão expostas obras de 26 artistas brasileiros, 47 gravuras, além de 30 matrizes em madeira e seis em borracha.
A exposição traz trabalhos de artistas como Goeldi, Mestre Noza, Stênio Diniz, J. Borges e Ciro Fernandes. "Quando a literatura de cordel foi registrada pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, a xilogravura foi incorporada como bem cultural associado. Ou seja, inseparável do cordel. A criação poética e a plástica caminharam lado a lado durante muitos anos, elaboradas sobretudo por cordelistas que são xilógrafos e xilógrafos que são poetas", destaca Claudia Ferreira, diretora do CNFCP.
"O CNFCP tem acervo extremamente significativo, oriundo do trabalho de folcloristas e colecionadores ao longo do século XX. Mais do que ilustração, a xilogravura surge como uma forma de oferecer, por meio de uma imagem, uma sinopse do texto de cordel", completa Elisabeth Costa, chefe do setor de pesquisa do CNFCP.
Além da Galeria Mestre Vitalino, os visitantes também podem conferir, até 15 de março, na Sala do Artista Popular, a exposição 'Terra do Papangu: Máscaras do Carnaval de Bezerros', que apresenta trabalhos de artesãos que confeccionam máscaras a partir da secular figura carnavalesca do Papangu, primo-irmão do bate-bola carioca. O público também pode visitar a mostra 'Os Objetos e Suas Narrativas'. As exposições podem ser visitadas de terça-feira a sexta-feira, das 11h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h.
Em abril, o CNFCP vai oferecer dois cursos de xilogravura gratuitos com o artista paraibano Ciro Fernandes. Os alunos aprenderão na prática aspectos sobre a técnica, que consiste em talhar uma imagem na madeira com um instrumento cortante, passar uma fina camada de tinta sobre o relevo e pressionar sobre um papel branco.