Homem tentava salvar mãe com crianças em temporal quando morreu afogado em Acari
Welington Ferreira Batista, de 44 anos, chegou a resgatar uma criança, mas quando voltou pisou em um bueiro sem tampa e foi arrastado pela enxurrada causada pelo temporal, neste domingo. 'Conforta a gente, estava ajudando outras pessoas', disse irmão
Rio - Welington Ferreira Batista, de 40 anos, morto afogado na enchente que atingiu Acari, na Zona Norte do Rio, tentava salvar uma mãe com duas crianças dentro de uma casa quando pisou em um bueiro sem tampa e foi levado pela enxurrada, na manhã deste domingo. Moradores ainda o resgataram, mas o autônomo foi encontrado sem vida.
De acordo com o irmão de Welington, o porteiro Adolfo Ferreira Batista, eles moram na localidade conhecida como S, que é sempre muito atingida pela chuva e todos se mobilizam para ajudar pessoas que ficam ilhadas nas casas. Neste domingo não foi diferente e seu irmão foi até o local para resgatar uma mãe com duas meninas pequenas que tentavam sair de imóvel para outro no meio do alagamento.
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"Como tem muita gente conhecida ali, a gente desce para ajudar. Ele viu uma mãe e duas filhas pedindo socorro dentro de uma casa e foi para ajudar. Chegou a pegar uma criança e quando voltou para pegar a outra pisou em um bueiro sem tampa e caiu", falou o irmão, que trabalha como porteiro em Copacabana.
A mulher que ele tentava resgatar gritou por socorro e vizinhos começaram a buscar por Welington, que foi encontrado já sem vida, preso a uma tubulação. Fernando Batista, pai da vítima, disse que ele estava acompanhado de um outro morador, que conseguiu segurá-lo, mas acabou submerso pela água que transbordou do Rio Acari e se afogou.
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Fernando esteve no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para fazer a liberação do corpo do filho e aguarda vaga em um cemitério para a realização do sepultamento. O velório será realizado na Associação de Moradores da Favela de Acari na manhã de terça-feira. O dinheiro para as despesas do enterro foi arrecado com moradores da comunidade.
Welington deixa uma mulher e cinco filhos, além de enteados, um deles especial. Adolfo diz que a família está muito abalada com a perda, mas "conforta" saber que ele morreu tentando salvar outras vidas.
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"Todos nós, ele principalmente, sempre nos mobilizamos para ajudar, um vizinho ajuda o outro, nessas horas não tem o seu, é nosso. A comunidade em peso está comovida, porque ele era muito conhecido na localidade, muito extrovertido, brincalhão. Isso que conforta a gente, estava ajudando outras pessoas", falou.
"Momento antes ele estava brincando com um outro irmão nosso, na casa do meu pai. Ele saiu porque viu que começou a chover e encher, e foi sozinho para ajudar. Meu outro irmão estava se sentindo mal e não foi, depois ficou lamentando de deixá-lo ir sozinho, nessa hora a gente se sente culpado", lamentou. "A gente vai levando, não caiu a ficha ainda, difícil acreditar. Estamos muito abalados. É uma dor enorme."
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Corpos de vítimas da Taquara e Tanque seguem no IML
Os corpos de Vânia R. Nunes, de 75 anos, e Flávio G. da Silva, 40 anos, seguiam no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta segunda-feira aguardando a liberação da família, que não estava no local até 11h. Quatro pessoas morreram, três na capital, uma em Mesquita, em decorrência das chuvas.
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Vânia morreu eletrocutada após ter encostado em uma banca de jornal e sofrer uma descarga elétrica. Já Flávio foi vitimado no desabamento de uma casa na Rua Almirante Melquíades de Souza.