Segundo o diretor do centro de relações internacionais e saúde global da Fiocruz, Paulo Buss, os profissionais brasileiros atuarão em parceria com portugueses para difundir informações e inovações sobre a doença e preparar equipes locais para a resposta em diferentes níveis, como atenção básica, educação em saúde e atendimento a casos graves.
"Vamos, com Portugal, para ajudar no esforço de países muito mais pobres e em situação institucional muito mais séria que a nossa, e com epidemias que poderão adquirir tons muito trágicos talvez", disse o médico sanitarista, que afirma que as comunidades anglófona e francófona também estão sendo mobilizadas internacionalmente pela OMS.
"Nossa ideia é deslocar técnicos para lá assim que eles definirem qual é a demanda, com as necessidades claramente definidas. Vamos mobilizar profissionais que têm capacidade de formar profissionais de laboratório e epidemiologistas na própria região africana", explicou Buss, defendendo que a melhor forma de multiplicar esse conhecimento é enviar os profissionais ao continente africano. "Uma equipe nossa lá forma um monte de gente, e se eu tirar cinco ou seis de lá, eu já vou deixar um déficit para eles."
O pedido de cooperação seria assinado formalmente no último dia 9, quando a diretora-geral da OMS na África, Matshidiso Moeti, viria à Fiocruz. A viagem foi cancelada pelo avanço da doença no continente africano, cujo país com mais casos é o Egito, com 166 doentes confirmados.
Entre os membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Angola, Moçambique, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe não têm casos confirmados da doença. Já Guiné Equatorial tem um caso, segundo mapa atualizado diariamente pela Organização Mundial da Saúde.