Profissionais de enfermagem dorme em colchões no chão do hospital de campanha - Reprodução/Redes Sociais
Profissionais de enfermagem dorme em colchões no chão do hospital de campanhaReprodução/Redes Sociais
Por O Dia

O Hospital de Campanha do Maracanã passou por uma vistoria, ontem. Nos últimos dias, a unidade, administrada pela Organização Social (OS) Iabas, foi alvo de denúncias de funcionários e familiares de pacientes internados. Profissionais da unidade relataram que roupas usadas no hospital foram descartadas em sacos na bilheteria 3 do Maracanã. Um homem em situação de rua, que preferiu não se identificar, contou que usuários de drogas rasgam os sacos com as roupas contaminadas para usá-las contra o frio.

A reportagem de O DIA flagrou funcionários da unidade retirando os sacos em cestas de lixo. Mas a Secretaria de Estado de Saúde afirma que há um contêiner para o descarte apropriado.

Colchões no chão

Em outra denúncia, um vídeo gravado por funcionários mostra profissionais de enfermagem dormindo em colchões no chão, situação que seria diferente do tratamento dado a médicos.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio, Mônica Armad, uma denúncia foi feita ao Ministério Público do Trabalho. "É inadmissível que categorias que estão na linha de frente no combate à pandemia sejam tratadas de formas tão diferentes".

Em nota, a SES informou que após vistoria, a questão foi solucionada. Já a Iabas disse que "as imagens se referem a um treinamento de enfermeiros", mas admitiu ter havido um erro de preparação. "Foi um problema pontual já contornado", completa a nota.

Familiares sem notícia de pacientes
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A falta de notícias sobre os internados também preocupa os familiares de pacientes. Com visitas suspensas para evitar o contágio pelo novo coronavírus, o protocolo adotado pela Secretaria de Saúde é de que a equipe médica atualize o estado de saúde dos pacientes diariamente, por telefone, para familiares ou responsáveis pelos internados.
Mas, segundo a técnica de enfermagem Cinthia Pessanha, o protocolo não tem sido adotado, já que ela não teve notícias de seu pai, de 68 anos, transferido para a unidade na última quarta-feira. "A assistente social pediu para eu deixar meu telefone. Só que até agora eu não sei nada sobre ele", lamentou.
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A dona de casa Simone Antunes, 43, também não tem notícias da mãe dela, Ana Maria Antunes, 68. A idosa tem problemas cardíacos e respiratórios. "O teste dela ainda não saiu resultado, nosso medo é que ela não esteja com a doença e acabe pegando".
Em nota, a SES explicou que trabalha para ampliar as práticas de humanização, como videoconferências realizadas por um computador da unidade, como no hospital Zilda Arns, em Volta Redonda, que já realiza as chamadas de vídeo.
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Cronograma atrasado no estado
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O prazo de inauguração dos nove hospitais de campanha do Rio, previsto para o fim de abril, foi adiado em um mês, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. A próxima unidade a ser aberta é a de São Gonçalo, no dia 17, seguida por Nova Iguaçu e Nova Friburgo, nos dias 19 e 21, respectivamente. Nos dias 23 e 24 estão previstas as inaugurações dos hospitais de Campos dos Goytacazes e Duque de Caxias. Por fim, no dia 26, a unidade de Casimiro de Abreu será aberta.
Todas os hospitais serão geridos pela Organização Social (OS) Iabas. Até o momento, somente três dos nove hospitais de campanha do governo do estado foram entregues: Maracanã, na Zona Norte; uma unidade na Lagoa, na Zona Sul; e o último no Parque dos Atletas, na Zona Oeste. O hospital do Maracanã conta com 200 leitos abertos, mas até este fim da semana serão mais 400. O da Zona Sul tem abertos 200 leitos dos 400 prometidos, e o da Zona Oeste, apenas 80 de 300.
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