Movimentação, ontem, no Salgado Filho: relatório denuncia problemas nos atendimentos - Estefan Radovicz
Movimentação, ontem, no Salgado Filho: relatório denuncia problemas nos atendimentosEstefan Radovicz
Por Yuri Eiras
Rio - O Ministério Público do Trabalho do Rio (MPT-RJ) pediu que o município adote medidas para melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde que atuam no Hospital Salgado Filho, no Méier. Entre os problemas encontrados está o necrotério, que armazena corpos sem refrigeração. Segundo a denúncia, o refeitório dos maqueiros e do setor administrativo fica localizado perto do local onde os cadáveres são alocados.
A ação foi movida a partir de um relatório do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio), que visitou o Salgado Filho e observou as irregularidades. Uma enfermeira ouvida pelo Conselho afirmou que "o necrotério encontra-se abarrotado com pacientes mortos fora da refrigeração". Perto dali há o refeitório, onde "o maqueiro e os profissionais do setor administrativo fazem as suas refeições". "Há pacientes internados sentados na cadeira, mas a maioria em maca e agrupados, um ao lado do outro", diz. 
Publicidade
Outra profissionais denuncia a falta de organização entre as salas de internação. "O setor da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) virou setor de isolamento da COVID-19; a sala vermelha que é a porta de entrada do hospital também; a sala amarela que era uma sala de repouso e internação também virou COVID-19 para pacientes menos graves; A UTI tem 13 leitos sendo que eles vivem colocando extras, assoberbando o meio ambiente; não tem médicos em número suficiente".
Alberto Nogueira esteve ontem no Salgado Filho para levar a tia, Kivia Chagas, de 82 anos. O atendimento no hospital foi satisfatório, segundo ele, apesar de a idosa não ter resistido. O óbito foi registrado como causa indeterminada. "Ela sentia cansaço e falta de ar. Fui levá-la, desconfiado da Covid. Infelizmente, minha tia faleceu em pouquíssimo tempo, e colocaram a causa como indeterminada. Não vi nada anormal. O atendimento dos maqueiros e de quem trabalha no necrotério foi atencioso".