A ONG TETO doou kits com cestas básicas, material de limpeza e higiene pessoal em comunidades da Zona Oeste - Divulgação
A ONG TETO doou kits com cestas básicas, material de limpeza e higiene pessoal em comunidades da Zona OesteDivulgação
Por Danillo Pedrosa

Dedicada a lidar com problemas de moradia, a ONG Teto se dispôs também a ajudar milhares de famílias em situação de vulnerabilidade durante a pandemia da covid-19, lançando a campanha Por Uma Quarentena Mais Justa. Ontem, foram contempladas centenas de moradores do canal do Anil e Guaranys, na Cidade de Deus.

Somente no Rio de Janeiro, a campanha já entregou mais de 800 cestas com alimentos, água, itens de higiene pessoal e limpeza em várias comunidades. Apenas ontem, 323 kits foram doados em todo o estado.

Com a necessidade de manter o isolamento social, a ONG Teto precisou suspender as ações em comunidades até o fim da quarentena. Agora, com a criação do projeto Por Uma Quarentena Mais Justa, as doações são organizadas junto a líderes comunitários.

"Os projetos da Teto são desenvolvidos por meio do trabalho conjunto entre moradores desses territórios e voluntários. Diante do momento atual, a gente precisou paralisar toda nossa atuação nas comunidades. Entendendo que a situação de vulnerabilidade nas comunidades só aumenta frente a uma pandemia, alteramos momentaneamente nossa forma trabalho para seguirmos dando suporte a distância", disse Andressa Good, Gestora da Sede da Teto Brasil no Rio de Janeiro. 

A campanha de arrecadação de recursos acontece na plataforma de crowfunding (uma 'vaquinha' virtual) Catarse, com o objetivo de apoiar comunidades em que a Teto já atua com a construção de moradias emergenciais e projetos de infraestrutura comunitária.

"A intenção é arrecadar fundos para comprar alimentos, água e produtos de limpeza e higiene pessoal, apoiando as favelas com o que elas precisam agora. Já apoiamos mais de 2 mil famílias em todo Brasil, e a campanha continuará até o final de maio. A nossa meta é atingir 500 mil reais. Quem quiser contribuir, pode doar no site da campanha: https://bit.ly/quarentenamaisjusta", explica Andressa.

Uma verdadeira 'mãezona', apesar de todas as dificuldades
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Moradora do Guaranys, na Cidade de Deus, Maria Luiza, de 59 anos, transborda alegria para falar das doações que ajuda a organizar onde mora. Se procurá-la pelo seu nome, poucos saberão de quem se trata, já que é conhecida como Mãezona, apelido que resume bem o que ela representa.
Há dois anos ajudando a distribuir doações na comunidade, ela tem sido fundamental para alguns moradores lidarem com a pandemia. Somente durante a quarentena, ela distribuiu cerca de 150 kits recebidos da ONG Teto. E não há nada que ela receba em troca, além do sorriso no rosto de quem tanto precisa de ajuda.
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"Muita gente não tem o que comer e precisa de ajuda. Com essa epidemia, então, você vê muita gente necessitada. Quando chegamos com uma cesta para essas pessoas, a gente recebe um agradecimento que lava a alma", conta Maria Luiza.
Também com dificuldades financeiras, Mãezona, que é manicure, cabeleireira e trabalha duas vezes na semana como diarista, também recebe as doações. Nem por isso ela deixa de ajudar, tanto que já chegou a dividir a própria cesta básica.
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"Faço porque amo. A gente tem que dividir e ainda divide o pouco que tem", disse Maria.
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