Prefeitura remove boxes de camelôs na Rocinha para facilitar acesso de ambulâncias a tomógrafo em pátio da Igreja Universal. Clima de tensão marca destruição dos espaços - Daniel Castelo Branco
Prefeitura remove boxes de camelôs na Rocinha para facilitar acesso de ambulâncias a tomógrafo em pátio da Igreja Universal. Clima de tensão marca destruição dos espaçosDaniel Castelo Branco
Por Lucas Cardoso
Rio - A prefeitura do Rio iniciou na manhã desta quarta-feira a demolição dos boxes no comércio popular da Rocinha, na Zona Sul. Cerca de sete construções feitas pelos camelôs já foram removidas do local. O clima entre os proprietários dos estabelecimentos restantes é de tensão já que a prefeitura pretende remover 40 boxes.
De acordo com a Prefeitura do Rio, a remoção dos espaços permitirá acesso melhor ao local onde ficará instalado um centro de imagem da comunidade. O espaço, que fica no pátio da Igreja Universal, segundo comerciantes, poderia ser acessado por outra rua que já existe, o que evitaria a demolição dos boxes.
Publicidade
Prefeitura remove boxes de camelôs na Rocinha para facilitar acesso de ambulâncias a tomógrafo em pátio da Igreja Universal. Clima de tensão marca destruição dos espaços - Daniel Castelo Branco
Parte dos comerciantes que possui box no local aguarda decisão liminar que deve barrar a demolição das instalações fixas, que são considerada regulares. Segundo Erinaldo Silva, proprietário de um box no local há mais de nove anos, a remoção é totalmente desnecessária.
Publicidade
"Cada box aqui emprega entre quatro e cinco pessoas. Será que ele não pensa na quantidade de famílias que perderão seu sustento? Existe um caminho mais fácil e prático para acessar o estacionamento da igreja, mas ele não quer usar. Não dá para entender", questiona o camelô, que trabalha com reparo de celulares.
O centro de imagem, montado dentro do terreno da Igreja Universal, que abriga um dos tomógrafos usados no diagnóstico de pacientes com covid-19, já foi motivo de muito polêmica, com o caso indo parar até na Justiça. Na última quarta-feira, uma liminar havia suspendido a colocação do equipamento, mas foi derrubada pelo desembargador Rogério de Oliveira Sousa, sob o argumento de que "o único local viável à instalação de tomógrafo e enfermaria com 24 leitos é o terreno composto pelo estacionamento e quadra de esportes da Igreja Universal".