Natália Ogata, que mora na Barra da Tijuca, tem a companhia do marido Diogo Ogata em diversas aulas virtuais do curso de Nutrição - Divulgação
Natália Ogata, que mora na Barra da Tijuca, tem a companhia do marido Diogo Ogata em diversas aulas virtuais do curso de NutriçãoDivulgação
Por Danillo Pedrosa

Se existe um lado positivo no isolamento social, é que a maioria das famílias tem ficado mais próximas. O que muitos não esperavam é que essa aproximação também poderia acontecer a partir do estudo. Na Universidade Veiga de Almeida (UVA), professores do campus Barra da Tijuca têm observado um número cada vez maior de acompanhantes durante as aulas virtuais.

Gabrielle Araújo, que estuda Administração, tem contado com a companhia do marido, Douglas Oliveira, estudante de Ciência da Computação, que aproveita as aulas dela de Análise de Demonstrações Contábeis para se aprofundar no assunto.

"O apoio dele tem sido muito bom. Trocamos opiniões e ajudamos um ao outro com os trabalhos, ocorre uma troca boa", explica Gabrielle, de 29 anos, da Muzema.

Já Natália Ogata, da Barra, estuda Nutrição e tem acompanhado as aulas ao lado do marido, o engenheiro mecânico Diogo Ogata. Trabalhando em casa durante a quarentena, ele aproveita o tempo livre para aprender junto com a esposa. De quebra, também serve de cobaia para as avaliações nutricionais.

"O trabalho dele é muito oposto, mas ele gosta do assunto. Há uns anos, fizemos uma mudança no nosso estilo de vida, então ele é interessado no assunto. Inclusive, ele me ajuda com alguns cálculos, planilhas e outras tarefas", conta Natália, de 31 anos.

O professor José Carlos Vinhais é um dos que têm observado alta adesão de familiares às aulas online. Na disciplina Laboratório de Gestão Empresarial, ele chegou a contabilizar a participação de 11 parentes de alunos na sala de aula virtual em um dia. "A aula sobre os efeitos da globalização para os negócios foi uma das que teve maior interação, tanto dos alunos como da família", relata Vinhais.

Hora de se reinventar na profissão
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As aulas online não são novidade para a maioria dos alunos, já acostumados com algumas na grade curricular. Já para parte dos professores, o momento é de adaptação a uma nova realidade. Para a reitora da Universidade Veiga de Almeida, Beatriz Balena, o momento é importante para o corpo docente se reinventar. 
"Sai de cena aquele que tudo sabia, podia e tinha domínio e controle sobre as turmas e emerge a figura de um curador de conteúdo. O novo professor é alguém que sabe aplicar na prática alguns conteúdos teóricos e que faz o papel de orientador para construir para este aluno um arcabouço de conhecimento que o ajude a resolver problemas", disse a reitora, que ajudou a mobilizar professores e equipe para virtualizar cerca de 3 mil disciplinas durante a pandemia.
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