A Prefeitura do Rio voltou atrás de sua decisão de mudar a forma de contabilizar as mortes por covid-19. Na segunda-feira, a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, havia anunciado que a pasta iria passar a se basear somente pelo número de sepultamentos pela doença. Mas agora ficou decidido manter, paralelamente, a divulgação original, baseada nos números de hospitais.
A diferença entre os dois cenários chegou a dar 1.280 mortes a menos no novo critério, o que poderia dar uma falsa impressão sobre a realidade da pandemia, justamente no momento em que o prefeito Marcelo Crivell começava a falar em flexibilizar a quarentena.
Ontem, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou que a capital fluminense havia atingido 25.974 casos confirmados e 3.293 óbitos - concentrando a grande maioria das mortes no estado, que totalizam 4.856, com 44.886 diagnósticos.
Na quarta-feira, as informações da prefeitura, com base nos atestados de óbito, davam conta de 1.855 mortes pelo novo coronavírus, mas o número do Ministério da Saúde, baseado nos hospitais, somavam 3.135. A Secretaria Municipal de Saúde informou que os sepultamentos foram incluídos para estimar, em tempo real, o número diário de mortes e correu para justificar:
"Não houve nenhuma mudança na orientação, e as ações para conter o avanço da covid-19 continuam sendo tomadas com base nos dados epidemiológicos, de acordo com critérios do Ministério da Saúde".
