O drama entre o governo estadual e a Organização Social (OS) Iabas, empresa responsável pelos hospitais de campanha, segue longe de um final feliz. A OS mais uma vez descumpriu o prazo de conclusão das obras da unidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O espaço, que deveria ter sido inaugurado ontem, não tem leitos devidamente montados e há até goteiras.
No início da pandemia, o governador prometeu entregar nove hospitais de campanha à população do Rio até o dia 30 de abril. Até o momento, contudo, apenas três unidades foram inauguradas, duas delas com recursos da iniciativa privada. O único hospital com recurso estadual, o do Maracanã, ainda não está com todos os leitos em funcionamento.
Na semana passada, os hospitais de campanha de São Gonçalo e Nova Iguaçu, que já estão com quase 100% das obras concluídas, tiveram suas inaugurações adiadas. A OS alegou uma série de problemas para justificar os atrasos.
A Iabas é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) por fraudes no dinheiro da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus. Na semana passada, o governo estadual determinou que a OS administre apenas o Hospital de Campanha do Maracanã, na Zona Norte.
Segundo o governo estadual, "a condução das obras dos seis hospitais de campanha do estado, dedicados ao tratamento de pacientes da covid-19, que ainda não foram inaugurados, ficará a cargo de um consórcio de empresários indicados pelo vice-presidente da Federação Brasileira dos Hospitais e da Associação dos Hospitais do Estado do Rio de Janeiro".