Vítima na porta da delegacia - Estefan Radovicz / Agência O DIA
Vítima na porta da delegaciaEstefan Radovicz / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - A médica anestesista Ticyana Azambuja, de 35 anos, espancada violentamente por cinco homens no último sábado (30), após reclamar do barulho de uma festa próximo de sua casa, na Rua Marechal Jofre, no Grajaú, Zona Norte do Rio, contou ao DIA que a Polícia Civil já possuí imagens das agressões. Fotos obtidas pela reportagem também mostram pelo menos três envolvidos no crime. Com a mão e perna direitas enfaixadas há dois dias, ela conta que só foi até a delegacia nesta segunda-feira. "Eu até me surpreendi, eu não tinha chegado a fazer a denúncia quando eles conseguiram realmente identificar o dono da casa. Eles (policiais) estão até em um estágio avançado de identificação, já conseguiram algumas imagens das agressões".
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Ainda segundo o relato da médica, o Corpo de Bombeiros havia informado que ela não teria sofrido nenhuma agressão física. Ao lado da residência, há um quartel da corporação, que informou, em nota, que se solidariza à vítima e que "a corregedoria da corporação vai abrir procedimento interno para apurar o caso". "Apesar dos bombeiros falarem que eu não sofri agressão nenhuma, que não procedia, agora eu tenho câmeras provando que o que eu falei foi verdade, que houve agressão, que houve essa injustiça. Eu tô sentindo que as coisas vão caminhar pelas vias legais. Não é fazendo justiça com as próprias mãos, não é errando. Eu estou vindo aqui na delegacia, eu estou vendo fazerem a investigação e sinto que vai dar em alguma coisa", desabafou a médica.
Ticyana, que trabalha no hospital de campanha da Lagoa e no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), contou que as agressões começaram porque ela foi reclamar do som alto da festa, que acontece livremente em plena pandemia. Ela afirma que as várias ligações para a polícia e diversas reclamações de vizinhos sobre a aglomeração no local não surtem efeito.
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A médica conta que ao ir à festa reclamar do barulho foi ignorada pelos frequentadores, sendo motivo de chacota. Ela quebrou o retrovisor e riscou o para-brisa de um Mini Cooper branco que estava estacionado na calçada para chamar a atenção deles, quando os agressores se aproximaram. 
"Eu sai correndo, mas eles vieram atrás e me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Fu arrastada de volta para o portão da festa, com eles me agredindo", relembra, os cerca de 150 metros percorridos. "Teve um momento em que um deles disse 'pega o carro, que vamos dar sumiço no corpo dela'. Nessa hora, eu gritei desesperadamente".
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Galeria de Fotos

Vítima ao chão com pessoas em volta Reprodução / Whatsapp
Vítima ao chão com pessoas em volta Reprodução / Whatsapp
Festa acontecia em casa ao lado do quartel do Corpo de Bombeiros Estefan Radovicz / Agência O DIA
Patrulhamento na porta do agressor Whatsapp O DIA (98762-8248)
Vítima na porta da delegacia Estefan Radovicz / Agência O DIA
Vítima sendo carregada pelos agressores Reprodução / Whatsapp
Médica está com marcas das agressões espalhadas pelo corpo Aquivo Pessoal
Anestesista tem marcas por todo o corpo Aquivo Pessoal
Médica está com marcas das agressões espalhadas pelo corpo Aquivo Pessoal
Nesta segunda-feira, O DIA recebeu imagens que mostram patrulhas da PM em frente à casa dos agressores. Questionada sobre o porquê de viaturas da PM estarem estacionadas na frente da casa onde ocorria a festa, ao lado de um quartel do Corpo de Bombeiros, a corporação limitou-se a enviar a mesma nota sobre a ação dos militares do 6º BPM e não respondeu à demanda. Confira a nota anterior:
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"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, no último sábado (30/05), policiais militares do 6ºBPM (Tijuca) foram acionados para verificar duas ocorrências em horários diferentes na Rua Marechal Jofre, no bairro Grajaú, Zona Norte do Rio.

Na primeira ocorrência, por volta das 17h, foi apurado no local que uma mulher, bastante nervosa, danificou um veículo estacionado e, em consequência desse ato, foi agredida por um homem ainda não identificado. Um outro homem, que tentou defender a mulher, também foi agredido. Vale ressaltar que, como consta do boletim de ocorrência da PM elaborado pela equipe no local, as partes entraram em comum acordo e não foi realizado o registro na delegacia.

Na segunda ocorrência, comunicada um pouco mais tarde, os policiais militares do 6ºBPM foram acionados para verificar denúncia sobre realização de festa numa casa na mesma rua. Por infringir as determinações do decreto governamental de isolamento social, o evento foi encerrado.

Em relação a relatos postados em redes sociais sobre o suposto envolvimento de policial militar em ato de agressão ou qualquer outro desvio de conduta, a Corregedoria da Polícia Militar está à disposição dos cidadãos para receber e apurar denúncias. O contato pode ser feito através do telefone pelo número (21) 2725-9098 ou ainda pelo e-mail denuncia@cintpm.rj.gov.br. O anonimato é garantido".