Sala amarela do Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon - Acervo Pessoal
Sala amarela do Hospital Municipal Miguel Couto, no LeblonAcervo Pessoal
Por Gabriel Sobreira

Apesar da Prefeitura do Rio defender como regra de ouro o distanciamento entre 1,5m e 2m como medida de segurança, o mesmo não parece se aplicar dentro da sala amarela do Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul. É o que denuncia um profissional de saúde que trabalha na unidade. Segundo ele, 27 pacientes disputam um espaço, cujo limite é 14. Ou seja, houve um aumento de 92% de sua capacidade de segurança.

De acordo com as imagens, o espaçamento da regra de ouro parece não ser respeitado e algumas pessoas estão sem máscara. "O protocolo seguido é manter um distanciamento de aproximadamente 1,5 metro entre as camas", afirma a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, por meio de nota. Entre os pacientes, muitos são idosos, hipertensos e diabéticos.

Apesar do espaço não receber pessoas suspeitas ou confirmadas de Covid-19, o superlotamento coloca todos ali em risco. O alerta é feito por Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ). "As medidas de biossegurança como distanciamento e uso de equipamentos de proteção individual deve ser sempre utilizada nos serviços de saúde e aglomerações evitadas", disse.

 

Especialista avalia eventuais riscos
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O infectologista José Pozza ressalta que os hospitais públicos do Rio sempre sofreram problema de superlotação. Segundo ele, o novo coronavírus não é a única preocupação. 
"Tuberculose, meningite, a gente tem outras doenças que proximidade entre leitos pode favorecer a infecção e um paciente infectado a gente coloca em risco toda a enfermaria, todo um setor", explica o especialista.
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De acordo com Pozza, alguns dos principais motivos de internação, tanto na rede pública quanto privada, são devidas à complicação de doença cardíaca, cardiovascular em geral, por complicação de diabetes. Com isso, esses pacientes que já têm uma doença crônica acabam expostos nova doença que pare eles é mais grave. 
"É uma coisa difícil de resolver porque a demanda do hospital não para. O ideal para tentar resolver isso seria a abertura de mais leitos para fazer o espaçamento mais adequado, tentar fazer um melhor diagnóstico desses pacientes", afirma o infectologista.
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