Valor dos aluguéis em alta - Reprodução
Valor dos aluguéis em altaReprodução
Por Danillo Pedrosa

A retomada gradual das atividades no Rio de Janeiro virou mais uma dor de cabeça para os síndicos, que agora precisam concentrar ainda mais esforços para proteger os moradores da pandemia do novo coronavírus. Antonio De Luca, síndico do Solar dos Colibris, em Campo Grande, e Lucas Totes, gestor de condomínios na Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio, administram cuidadosamente o retorno à normalidade no local.

É preciso entender, porém, que o plano pode variar de condomínio para condomínio. Em primeiro lugar devem estar o desejo e a segurança dos moradores. No fim, todas as decisões dependem também de um aval deles para evitar uma decisão precipitada, principalmente em tempos que exigem tantos cuidados.

"A nossa ideia é, onde não houver resistência, iniciar a retomada de acordo com os moradores. Já estamos trabalhando com medidas um pouco mais flexíveis. A cartilha foi excelente por dar essa ordem, um norte para a gente de como fazer essa retomada, sempre seguindo também os moradores. A gente vai seguir o plano de retomada com cautela, sabendo que pode ser diferente em cada condomínio", explica Antonio, da empresa Confiance Síndicos Profissionais, que tem seguido a cartilha de recomendações da Abadi (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis) para manter os condôminos devidamente prevenidos.  

Lucas Tostes também tem observado essa diferença na recepção dos moradores de cada condomínio às medidas de retomada das atividades. "Em alguns, estamos flexibilizando parcialmente algumas áreas comuns para praticas individuais com uso de máscara, recomendação de distanciamento e alguns até com lotação máxima, contando com bom senso das pessoas. Em outros condomínios temos moradores que acham cedo para flexibilizar", explicou. 

Desde o início da pandemia, os condomínios administrados por Antonio e Lucas tiveram diversas medidas de prevenção adotadas, como intensificação da higienização, inclusive de maçanetas, disponibilização de álcool em gel e limitação da circulação nas áreas comuns. Alguns funcionários de Antonio até mudaram os horários de entrada e saída para evitar os momentos de pico no transporte público.

Moradores colaboram

O empenho deu resultado, muito também por causa da colaboração dos moradores, tanto que apenas uma pessoa testou positiva para a covid-19 nos nove condomínios geridos por Antonio.

"Na maioria dos condomínios, as pessoas agiram com bom senso. No início era mais difícil, porque muitas pessoas não tinham noção da gravidade da pandemia. Conversando, conseguimos trazer as pessoas para um entendimento. Não tivemos problemas", explica o síndico, que resolveu os poucos mal-entendidos na conversa.

Cartilha de orientação para prédios comerciais
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Em um momento em que grande parte das empresas também começa a retomar as atividades presenciais, a Apsa, maior gestora de propriedades do Brasil, lançou uma cartilha com orientações para os prédios comerciais nesse momento de volta ao trabalho para milhares de cariocas. O material deve servir como um guia para ajudar os empreendimentos na manutenção da segurança dos funcionários.
"O mundo está se transformando de uma forma como nunca imaginamos, em meio a mudanças sociais provocadas pela disseminação da covid-19. Estamos experimentando a cada dia novos estilos de vida e aprendendo novas regras de convivência. Por isso, precisamos nos precaver e estar preparados para o momento da retomada das atividades", disse Alan Galvão, gerente de negócios da Apsa.
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As medidas indicadas na cartilha são semelhantes às adotadas em condomínios residenciais no período de quarentena. Entre elas estão a triagem e higienização de materiais na recepção, evitar contato físico entre os funcionários, distanciamento e circulação de ar nas áreas fechadas. Outra recomendação é desativar os bebedouros e, claro, o uso obrigatório de máscaras pelos funcionários e demais colaboradores ou visitantes.
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Bolsonaro veta projeto
O presidente Jair Bolsonaro vetou, na última sexta-feira, o trecho de um projeto aprovado no Congresso Nacional que dava aos síndicos o poder de proibir festas em condomínios durante a pandemia do novo coronavírus. 
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"Qualquer decisão de restrição nos condomínios deve ser tomada seguindo o desejo dos moradores nas assembleias internas", publicou o presidente no Twitter pouco antes de o veto ser publicado no Diário Oficial da União, antecipando a intenção de vetar o trecho do projeto.
O texto barrado por Jair Bolsonaro também conferia ao síndico autoridade para limitar o acesso de moradores a áreas comuns de condomínios e proibição de reuniões e festividades para evitar a disseminação da covid-19.
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