Boa ação e descontração: moradores se encontram para preparar as marmitas, que são distribuídas em vários pontos da cidade  - ARQUIVO PESSOAL
Boa ação e descontração: moradores se encontram para preparar as marmitas, que são distribuídas em vários pontos da cidade ARQUIVO PESSOAL
Por Gustavo Monteiro

Com a pandemia, as ações solidárias voltadas para o bem-estar de populações mais vulneráveis ganharam força. Doações de alimentos, roupas e materiais de higiene têm trazido um pouco de alento a famílias que perderam seu sustento devido à impossibilidade de trabalhar. Mas para moradores de um condomínio na Barra, essa preocupação começou antes desta crise sanitária sem precedentes.

Quem teve a ideia foi o ator Roger Gobeth que, junto com a esposa, Samantha, resolveu arregaçar as mangas e produzir quentinhas que são distribuídas para moradores de rua de várias regiões da cidade. Além disso, são arrecadados alimentos e cestas básicas. Uma boa ideia - e pensada com o coração - não demora a contagiar outras pessoas. Os moradores do condomínio onde Roger vive, na Barra, logo entraram na onda.

Eles se juntaram ao projeto, compram os alimentos, cozinham, montam as quentinhas e fazem a distribuição aos domingos. Uma linha de produção solidária. Com esse gesto de amor simples, cerca de 150 pessoas são alimentadas a cada saída. Ao todo o projeto já distribuiu 872 marmitas, 27 cestas básicas, 274 quilos de alimentos.

Um dos moradores, o cirgurgião plástico Adriano Medeiros foi um dos que decidiu participar dessa corrente do bem. "É um projeto simples, mas tão cheio de amor que eu decidi apoiar de algumas formas. Além de doar alimentos, de ajudar pessoalmente a montar as marmitas e distribuir com o pessoal, estou realizando no meu consultório a seguinte ação: todo procedimento que a gente faz, como botox ou lazer, doa 10 quentinhas", conta.

Para o profissional, é um mais uma maneira de fazer as pessoas se engajarem. "Além de manter a autoestima elevada, realizando os cuidados necessários, o paciente ainda tem a oportunidade de ajudar pessoas, famílias inteiras que estão na rua", completa.

"Eu já cheguei pra doar uma quentinha e o rapaz falou 'Olha, eu já comi hoje, anda mais um pouco ali na frente que tem uma família com fome'. Então o cara se recusou a receber uma quentinha pra poder prestar solidariedade pra outras. Isso aí é uma lição que eu levei e mexeu muito comigo", se emociona. "São verdades que são jogadas na nossa cara, sabe? Cada dia faz a gente ser melhor, a sensação que eu levo é de prazer mesmo, sabe, de poder estender minha mão, de poder oferecer uma coisa boa. De proporcionar uma coisa boa pra uma pessoa que precisa".

 

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