Em nota, a corporação afirmou já ter descoberto que os assaltantes são das comunidades Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e que fugiram para lá após terem cometido o crime. Ainda segundo as investigações, os responsáveis por autorizar o roubo seriam Rodrigo da Silva Caetano, o Motoboy, chefe do tráfico dessas duas favelas, e Luiz Carlos Gonçalves de Souza, o LC, que está preso em uma das unidades penitenciárias do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
"Diante de decisões judiciais que restringem a plena atuação operacional das polícias em comunidades, como o Complexo da Maré (...) não foi possível realizar uma operação policial na localidade, com vistas a prender os responsáveis pelos fatos e recuperar a carga roubada", dizia o documento.
No início de junho, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu em liminar provisória, proibir a realização de operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia do novo coronavírus.
Carga avaliada em R$ 15 milhões repartida entre os criminosos
A apuração da Polícia Civil constatou que a carga roubada, pelos cerca de 30 homens fortemente armados, era de eletrônicos e estava avaliada em R$ 15 milhões. Agentes dos setores de inteligência ainda descobriram que, os produtos foram repartidos entre os criminosos, no interior da favela Nova Holanda.
De acordo com a polícia, parte do grupo já foi identificado, mas as identidades dos suspeitos só serão divulgadas "em um momento oportuno".
As investigações estão a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Criminosos portavam fuzis e usaram dois caminhões
A ação criminosa teria começado por volta das 1h desta segunda-feira. Cerca de 30 homens armados com fuzis e pistolas teriam chegado ao depósito, localizado no bairro de Xerém, em Duque de Caxias, divididos em dois caminhões e um veículo Toyota Corolla prata. Eles já teriam chegado atirando contra os vigilantes que estavam de serviço no Centro de Distribuição do Grupo Pão de Açúcar e obrigaram alguns funcionários a carregar o caminhão com celulares, televisões e eletrodomésticos.
A Polícia Militar informou que ao chegar no local, encontrou o segurança Leandro Chaves da Silva baleado na cabeça, aparentemente, já em óbito, e o seu colega Cleyton Goudad Santiago, ferido com quatro disparos, pedindo socorro. A vítima sobrevivente informou aos militares do 15º BPM (Duque de Caxias) sobre o ocorrido e que o vigilante Alexandre Rodrigues do Nascimento também havia sido baleado e socorrido por agentes da escolta para o Hospital Adão Pereira Nunes, para onde ele também foi levado.
Através da assessoria de imprensa, a unidade informou que Alexandre apresenta estado de saúde estável e que Cleyton está em estado grave.
Fuga pelo Arco Metropolitano
Os bandidos conseguiram fugir e abandonaram um caminhão com parte da carga roubada, segundo boletim policial. Uma equipe do 20º BPM (Mesquita) foi avisada do roubo e que os criminosos estariam se deslocando para o Arco Metropolitano.
Ao tentar abordá-los a guarnição notou que havia um veículo Toyota Corolla, de cor prata e placa não anotada, na cobertura dos bandidos. Ao notar a aproximação da viatura, os criminosos efetuaram vários disparos de fuzil, que revidaram, dando início a intensa perseguição, segundo a polícia.
Na altura do viaduto do bairro da Posse, em Nova Iguaçu, houve outro confronto, e o caminhão parou na Rodovia Presidente Dutra, debaixo do viaduto. Os criminosos que estavam no Toyota Corolla, resgataram os comparsas e fugiram, abandonando a carga.
Na troca de tiros, um dos suspeitos, identificado como Mateus Marques da Silva, foi baleado na cabeça. Ele deu entrada no Hospital Geral de Bonsucesso às 2h20 e, segundo a unidade, está em estado grave.