Em junho, OS foi investigada por desvios de mais de R$ 9,1 milhões - Estefan Radovicz
Em junho, OS foi investigada por desvios de mais de R$ 9,1 milhõesEstefan Radovicz
Por RAI AQUINO
Rio - O Ministério Público estadual (MPRJ) realizou, nesta quinta-feira, a Operação Pagão, contra a organização social Instituto dos Lagos Rio. A OS é investigada por desvios de mais de R$ 9,1 milhões dos cofres públicos do estado. Foram sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, contra 12 denunciados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Desses, cinco foram presos e dois estão foragidos.
Os mandados, autorizados pela 35ª Vara Criminal da Capital, foram cumpridos no Rio (capital, Itaboraí e Petrópolis) e em São Paulo (capital e Barueri). Na ação, agentes apreenderam 187.400 mil reais, 2.156 dólares, 595 euros, 20 dólares canadenses e 25 pesos argentinos na casa de Fábio Andrade; 65.634 mil reais, 7.000 mil dólares e uma máquina de contar dinheiro na casa da denunciada Fernanda Risden, onde Juracy Batista foi preso; e 1,530 euros e 60 dólares em São Paulo. 
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Alvos da operação:
. Sildiney Gomes Costa (ex-dirigente e atual fornecedor da OS): preso em Vargem Grande (RJ)
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. José Marcus Antunes Andrade (diretor-presidente da OS): preso em São Paulo
. Juracy Batista de Souza Filho (cunhado de José Marcus): preso no Rio
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. Fabio Figueiredo Andrade de Souza (filho de Juracy): preso no Rio
. Fernanda Andrade de Souza Risden (filha de Juracy)
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. José Carlos Jorge Lima Buechem (ex-dirigente da OS)
. Hugo Mosca Filho (ex-dirigente da OS)
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. Renê Borges Guimarães (empresário): foragido
. José Antonio Sabino Júnior (empresário): preso
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. José Pedro Mota De Sousa Ferreira (empresário)
. José Antônio Carauta de Souza Filho (empresário)
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. Gustavo de Carvalho Meres (empresário): foragido
INVESTIGAÇÃO
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A OS Lagos é uma das maiores do estado e é responsável por gerir pelo menos dois hospitais e cinco UPAs. De acordo com o MPRJ, de 2012 a 2019, a organização social recebeu R$ 649 milhões do governo do estado, tendo comprovadamente desviado grande parte desse valor.
A investigação apontou que o desvio foi feito com o pagamento de valores superfaturados para outras empresas, sob o pretexto de aquisição de produtos ou terceirização de serviços necessários para os hospitais e as UPAs.
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"A ação narra que as contratações de serviços e as aquisições eram direcionadas para empresas pré-selecionadas, controladas ou previamente ajustadas para o esquema", alega o Ministério Público.
Depois que o pagamento superfaturado era feitor o repasse dos valores excedentes era direcionado aos dirigentes da organização criminosa ou para terceiros indicados por eles. Esses montantes eram pagos com dinheiro em espécie, sacados "na boca do caixa" de agências bancárias para ocultar a verdadeira destinação dos recursos públicos desviados ou ainda utilizando empresas "de fachada".
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Ainda segundo o MPRJ, a OS não tem condições de assinar contratos de gestão com o estado, mas forjou sua capacitação técnica graças à obtenção de atestados técnicos falsos.
Unidades sob responsabilidade da OS no Rio:
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. Hospital Estadual Alberto Torres (São Gonçalo)
. Hospital Estadual Prefeito João Baptista Cáffaro (Itaboraí)
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. UTI Adulta do Hospital Estadual Carlos Chagas
. UPA São Gonçalo I
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. UPA Nova Iguaçu I
. UPA São Pedro da Aldeia
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. UPA Campos dos Goytacazes
Procurada pelo DIA, a Secretaria estadual de Saúde disse que além da Lagos, todos os contratos de prestadores da pasta estão sendo revistos.
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"Estão sendo feitas adequações no processo de fiscalização dos contratos, com a contratação de novos fiscais e a informatização do setor", a secretaria acrescentou, em nota.
A reportagem tenta contato com os demais citados.