Rio - 08/07/2020 - Policiais da Rocam, fazem revistas em motoristas de carros de passeion e em caminões de cargas na rua Barão. principal entrada para a comunidade de mesmo nome na Praça Seca, em Jacarepaguá.      Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia 
      Byline - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Rio - 08/07/2020 - Policiais da Rocam, fazem revistas em motoristas de carros de passeion e em caminões de cargas na rua Barão. principal entrada para a comunidade de mesmo nome na Praça Seca, em Jacarepaguá. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia BylineEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por Anderson Justino

Um ataque simultâneo de traficantes em diferentes comunidades das zonas Norte e Oeste do Rio, dominadas por milicianos, aterrorizou os moradores. Segundo relatos, na madrugada de ontem, houve intenso tiroteio em pelo menos cinco comunidades, iniciado por traficantes de favelas da Zona Oeste, que contaram com reforço de aliados da Zona Norte. A ajuda para a invasão, de acordo com a polícia, chegou pela mata. Houve tiroteios, principalmente, entre as quadrilhas na área da Praça Seca, Zona Oeste, e no Fubá e Campinho, Zona Norte, com explosões de granadas.

"A gente não conseguiu dormir essa noite. Os barulhos de tiros eram altos demais. Parecia que era dentro de casa. Foi desesperador e aterrorizante", desabafa uma moradora, de 42 anos, da comunidade da Chacrinha, na Praça Seca.

Foram quase seis horas de terror que deixaram ao menos três mortos na mata. "As duas comunidades ficam separadas pela principal rua do bairro, a Cândido Benício, mas dava pra ouvir os disparos e gritos", disse.

Traficantes usaram a Internet para avisar e comemorar a invasão. Alguns deles se definem como membros da Tropa do Urso, alusão ao traficante Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, chefe do tráfico no Complexo da Penha.

GUERRA ANTIGA ENTRE TRÁFICO DE MILÍCIA
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A disputa por território entre milícia e tráfico na região da Praça Seca é antiga. Segundo a polícia, a guerra ocorre desde 2013. Moradores do bairro temem por mais uma noite de confronto. "Muita gente não conseguiu voltar pra casa e teve que dormir na rua ou no trabalho. É uma sensação de impotência. Viramos reféns dos criminosos". 
Em março de 2018, homens fortemente armados com fuzis foram flagrados atravessando a Rua Cândido Benício, na altura da comunidade da Chacrinha, que é controlada pela milícia. O flagra foi feito em plena luz do dia. Na ocasião, o corretor BRT Transcarioca precisou ser fechado. 
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Investigações da Polícia Civil apontam que a milícia da Praça Seca é apoiada pelo miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, acusado de chefiar o maior grupo paramilitar do estado. 

A milícia se instalou na região cobrando taxa de segurança para moradores e comerciantes. Além disso, o grupo paramilitar explora o comércio ilegal e tv clandestina, internet e venda de gás. 
Para a polícia, Edmilson Gomes Menezes, conhecido como Macaquinho, é o homem de confiança de Ecko na região. Ele é acusado de chefiar as milícias que dominam as comunidades do Morro da Barão, do Fubá, Jordão, Campinho, Chacrinha e Bateau Mouche.
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O Portal dos Procurados, do Disque Denuncia, oferece recompensa de R$ 1 mil por informações que levem à sua prisão. 
 
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