Rio - Diante da pandemia do coronavírus (covid-19) e da preocupação quanto a aglomeração de pessoas por conta do risco de infecção, o Carnaval do próximo ano é uma incerteza. Na Bahia, por exemplo, o governador Rui Costa (PT) afirmou que sem uma vacina contra o coronavírus é impossível pensar no evento. No Rio, representantes de tradicionais e grandes blocos de rua só colocam o cortejo na rua também com a vacina. Além disso, a Rede Globo confirmou a suspensão do pagamento para as escolas de samba dos desfiles do Rio e de São Paulo diante da indefinição. O dinheiro é pago para as escolas do grupo especial em razão da transmissão exclusiva feita pela emissora.
Em nota, a Globo afirmou a dúvida por conta da pandemia e se haverá desfiles no ano que vem. "Por causa desta incerteza, a emissora não iniciou, até o momento, o pagamento dos valores referentes aos desfile de 2021. A TV Globo aguarda a evolução da situação", afirmou a emissora.
Procurada pelo DIA para saber sobre o futuro do Carnaval 2021, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) afirmou que agora a preocupação é com a segurança, saúde e bem-estar das pessoas, e que está para ser marcada uma reunião para avaliar, mas sem data prevista.
Com confirmação ou não do Carnaval no ano que vem, há escolas nos preparativos mesmo com a indefinição. A Beija-flor de Nilópolis já escolheu o enredo e segue na produção de fantasias e demais adereços. Já a Acadêmicos do Grande Rio, atual vice-campeã do Carnaval carioca, afirmou que os carnavalescos estão em fase de pesquisa do enredo e desenho de alegorias e fantasias.
"Em condições normais, já teríamos iniciado o desmonte do Carnaval anterior, mas estamos aguardando normalização por conta da pandemia, de maneira a não colocar os profissionais em risco", afirmou a agremiação.
A Acadêmicos do Salgueiro está na fase de lançamento do enredo e aguarda com expectativa. "Estamos trabalhando sob as recomendações da OMS e no que é possível. Temos esperanças de que isso vai passar e ano que vem teremos desfile", disse Alexandre Couto, diretor de Carnaval da escola. Já a São Clemente analisa o cenário e disse que não há nenhum planejamento no papel feito até o momento.
Enquanto isso, o presidente da Estação Primeira de Mangueira, Elias Riche, aguarda decisão da Liesa quanto ao futuro dos desfiles e preparo para o Carnaval. "Nada referente ao calendário, verbas de TV ou outros assuntos foi definido. A Verde e Rosa segue focada em priorizar ajuda à sua comunidade e os mais atingidos pela covid-19", disse.
Confira comunicação da Globo:
A TV Globo é detentora dos direitos de transmissão dos desfiles de Carnaval do Rio e de São Paulo. A dúvida, neste momento, é se, por conta dos impactos da pandemia de Covid-19, haverá desfiles no ano que vem.
