O Capitão Léo se apresentou na sede da DHC, na Barra da Tijuca - reprodução
O Capitão Léo se apresentou na sede da DHC, na Barra da Tijucareprodução
Por RAI AQUINO
Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e o Ministério Público estadual (MPRJ) fazem, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, a Operação Porto Firme, contra envolvidos em uma milícia de Vargem Grande, Vargem Pequena e adjacências, na Zona Oeste do Rio. Dentre os alvos estão dois PMs, suspeitos de liderarem o grupo paramilitar.
Ao todo, são 16 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em vários endereços do estado. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
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Até o momento, cinco pessoas foram presas, dentre elas um dos policiais militares investigados, o cabo Fernando Mendes Alves, conhecido como Biro. Ele, que é lotado no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), mas desde julho do ano passado trabalha no Centro Presente, foi capturado em Vargem Pequena. O PM teve sua arma, uma pistola, apreendida, além de dois carregadores e munições.
O outro policial alvo é o oficial Leonardo Magalhães Gomes da Silva, o Capitão Léo, que continua sendo procurado. Ele entrou para a Polícia Militar em 2006 e deixou de ser tenente, se tornando capitão em agoto de 2014, "pelo critério de antiguidade".
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De acordo com o MPRJ, Capitão Léo é o líder da quadrilha e Biro o número 2 da organização criminosa. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça demonstraram que Biro é responsável por garantir a proteção dos comparsas, para que eles consigam praticar os crimes do bando, sem que fossem incomodados, inclusive intervindo em ações da Polícia Civil
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Galeria de Fotos

Leonardo Magalhães Gomes da Silva, o Capitão Léo Arquivo Pessoal
Cabo é lotado no batalhão do Recreio Reprodução / Facebook
Cabo é lotado no batalhão do Recreio Reprodução / Facebook
O PM trabalha no Centro Presente Reprodução / Facebook
O PM trabalha no Centro Presente Reprodução / Facebook
O PM trabalha no Centro Presente Reprodução / Facebook
O cabo Fernando Mendes Alves foi um dos presos da operação Reprodução / Facebook
ATUAÇÃO
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A milícia da região se aliou a traficantes de drogas para ambos os grupos exercerem o domínio sobre moradores e comerciantes. Os criminosos agem praticando agiotagem, extorsão, corrupção, tráfico de drogas e de armas, homicídios e grilagem de terras.
Ainda segundo o Ministério Público, os milicianos são conhecidos na região por agirem com extrema violência e armados. A quadrilha tem uma hierarquia e cada um tem sua função, através de núcleos; são eles:
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1. Chefia: Capitão Léo e Biro
2. Gerência: três milicianos
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3. Operacional: todos os demais integrantes, exercendo tarefas como as de "vapor" e "olheiro", no tráfico de drogas
Também foi constatado que o grupo faz ações para a proteção de seus integrantes contra inimigos, agindo com violência, intimidação ou até mesmo com a execução dos seus rivais.
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MORTES
As investigações para a operação começaram no fim de 2018, a partir da morte de Marcus Vinícius CalixtoMarcus teria sido assassinado por se opor aos interesses dos milicianos.
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A bando é investigado também pelo envolvimento na chacina que deixou quatro mortos e dois feridos na Rua Manhuaçu, em Vargem Grande, no último dia 7 de junho. Na ocasião, criminosos em uma moto atiraram contra as vítimas.
Corregedoria da Polícia Militar participou da operação de hoje.
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"A Polícia Militar não compactua com quaisquer desvios de conduta por parte de seus integrantes, sendo tais situações devidamente responsabilizadas quando comprovadas", a corporação disse, em nota.