
O subsecretário municipal de transporte, Allan Borges Nogueira, disse que vai se reunir na próxima semana com representantes dos consócios que respondem pelas empresas de ônibus da capital. Ele deve estabelecer uma data mínima para que a nova regra possa entrar em vigor.
“Se algumas empresas já conseguiram se adaptar, acreditamos que todas conseguem. Novos hábitos precisam ser adquiridos. É preciso mudar para continuar. Como estamos no meio de uma pandemia, precisamos pensar nos usuários e também proteger os motoristas”, explica Borges.
O número de contágios de covid-19 no transporte público do município é alarmante. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio), são 143 infectados entre motoristas e cobradores. A categoria registrou 41 óbitos na capital, desde o início da pandemia.
Além do transporte lotado, o sindicato recebeu reclamações pela falta de consciência por parte de alguns passageiros. Com o afrouxamento nas medidas de isolamento social, muitos deixaram de usar máscara de proteção dentro do transporte público.
"Isso, sem falar nas denúncias dos profissionais, que afirmam que a desinfecção dos ônibus não está sendo feita de acordo com a lei que obriga a higienização dos coletivos antes de saírem das garagens e nos pontos finais, ao fim de cada viagem, o que aumenta o risco de contaminação”, afirma José Carlos Sacramento, vice-presidente do Sintraturb.

A Secretaria de Municipal de Transporte (SMTR) disse que intensificou a fiscalização nas ruas e nas garagens das empresas de ônibus. Até o início da noite, os fiscais haviam multados 30 ônibus. A maioria não cumpria a determinação de marcação para indicar o espaço entre os passageiros em pé. A multa para quem descumpri a nova regra é de R$ 924,38.
Houve reclamação por todo lado. “Marcaram o piso do ônibus, mas não cumpriram a determinação. Como o passageiro precisa trabalhar, vai encarar essa aglomeração. Não é só fiscalizar, é preciso ter mais ônibus nas ruas”, reclamou a empregada doméstica Eliane Ferreira Prats, moradora do Mato Alto, em Guaratiba.
O vice-presidente do Sintraturb Rio, José Carlos Sacramento, se disse surpreso com a nova determinação. Ele alega que essa decisão coloca em risco não só os usuários, como também toda a categoria.
"Não dá para entender esses decretos da prefeitura. Em um dia os usuários só podem ser transportados sentados; em outro já podem viajar também em pé. Fica a pergunta:quem vai fiscalizar a lotação desses veículos e o uso de máscaras e álcool gel pelos usuários?", questiona.