A obra de instalação do tomógrafo custou R$500 mil aos cofres públicos da prefeitura, que declarou urgência para realizar a obra e ainda não entregou os 24 leitos de enfermaria, que supostamente seriam construídos no local. "Tem uns três meses que essa estrutura está aí, mas não entra uma ambulância, não entra um doente. Eles dizem que estão esperando os médicos, ficamos em uma expectativa e as coisas não funcionam. Se já tem um hospital, por que investir R$500 mil dentro da igreja?", questionou uma moradora que preferiu não se identificar. Para o presidente da Associação de moradores da Rocinha, Wallace Pereira, uma das maiores questões que o tomógrafo trouxe foram os doze ambulantes que ainda estão sem condições de trabalhar: "Essas pessoas estão com muito mais problemas do que antes, estão desempregados, se sustentavam das barraquinhas. A prefeitura prometeu que ia realocar e até agora nada".
Em nota, a Secretaria Municipal de saúde afirmou que "o tomógrafo está funcionando desde o dia 22 de junho, e já realizou 314 exames". Além disso, a SMS reforçou que "as pessoas que precisem dos exames de tomografia não devem ir ao local por iniciativa própria. O paciente só pode realizar exames no tomógrafo após alguma unidade de Saúde ter atendido esse paciente e solicitar, por meio de pedido médico, o exame necessário à Central de Regulação". Quanto a construção dos leitos, a secretaria não se pronunciou. Referente aos ambulantes, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação afirmou que "eles não foram realocados, já que a via não foi aberta. Alguns foram demolidos, mas estavam fora do camelódromo e eram totalmente irregulares".