Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj) é localizado em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro - Tânia Rêgo/Agência Brasil
Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj) é localizado em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de JaneiroTânia Rêgo/Agência Brasil
Por O Dia
Rio - Professores e pesquisadores dos programas de pós-graduação em Telemedicina e Telessaúde da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e em Ciências Computacionais do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Uerj estão desenvolvendo pesquisa para criar um Big Data.
Trata-se de um grande sistema de armazenamento e análise de informações, constituído por dados extraídos de prontuários médicos, exames laboratoriais ou de imagens bi ou tridimensionais de pacientes. A partir dele, os pesquisadores poderão então criar modelos de Inteligência Artificial (IA) capazes de fazer tanto o diagnóstico quanto o prognóstico de pessoas com a covid-19 ou mesmo outras doenças.

De acordo com a coordenadora do projeto, Karla Figueiredo, do Departamento de Ciências da Computação do IME, o grupo vai analisar informações de mais de cinco mil pacientes que já passaram pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). Karla afirma que o esforço conjunto de especialistas de várias áreas vai permitir classificar e analisar os dados com maior precisão. O estudo conta com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“A proposta é que nos próximos três anos o grupo trabalhe para desenvolver um sistema de IA a partir da análise das informações clínicas. Pretendemos encontrar um modelo cibernético inteligente de extração e processamento de dados para alcançar a máxima precisão na avaliação. Um modelo que seja capaz de apontar qual é a doença do paciente e suas causas”, explica a coordenadora.

Para a pesquisadora, o projeto poderá ter grande impacto social em um país com tantas desigualdades no acesso aos serviços de saúde, já que um sistema remoto de telemedicina poderia atender à população carente de assistência médica. “Com a pandemia, ficou evidente que os pesquisadores do mundo todo se lançaram ainda mais ao trabalho para ajudar a desvendar a covid-19. Cada um na sua área, com a sua expertise, somando forças. Muito me orgulha ver que a Uerj, seus professores, pesquisadores e alunos também arregaçaram as mangas e estão produzindo ciência intensamente”, afirma.