Retrato da Saúde no Rio: redução do quadro de funcionários e população sofrendo à míngua
 - Cléber Mendes
Retrato da Saúde no Rio: redução do quadro de funcionários e população sofrendo à míngua Cléber Mendes
Por Gabriel Sobreira

Rio - Em tempos de covid-19, não há como iniciar o perfil da Cidade do Rio sem falar logo na área de Saúde. Quem assumir o comando da prefeitura em 2021 - ou reassumir, no caso do prefeito Marcelo Crivella, candidato a reeleição -, vai se deparar com a capital fluminense envolta em crises. De janeiro de 2017 até o mesmo período de 2020 foram fechados 4.173 postos de trabalho na área da Saúde no município. São agentes comunitários, médicos da família e comunidade, técnicos/auxiliares de enfermagem, médicos pediatras, fisioterapeutas e enfermeiros de saúde da família, entre outros, todos lotados em clínicas da família, centros municipais e unidades básicas. Os dados são do Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES). Isso sem contar a pandemia, que matou mais de 10 mil cariocas, infectou mais de 95 mil pessoas e tornou o cenário ainda mais caótico.

No quesito mobilidade urbana, a próxima autoridade máxima do município precisará dar uma solução para as diversas linhas de ônibus que desapareceram ou reduziram sua frota, sobretudo durante a pandemia. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, em pouco mais de um mês, a pasta recebeu do público reclamações sobre 128 linhas convencionais por inoperância e circulação de frota inferior ao permitido, desencadeando ações que resultaram em 139 autos de infração. O número de serviços denunciados corresponde a 18% do total de linhas cadastradas na secretaria. Uma das áreas mais afetadas é a Zona Oeste, onde a população sofre há anos com o descaso de empresas e autoridades. A questão da climatização da frota de ônibus da cidade é outro imbróglio que precisará entrar na pauta do titular do Executivo municipal.

Outra providência que precisará ser tomada é em relação ao avanço de moradias irregulares, bem como ocupação indevida de vias públicas e de áreas de proteção ambiental. O abandono também acontece com a população em situação de rua, que cresceu exponencialmente e está mais desassistida.

É com tudo isso em mente que o carioca vai, entre os dias 15 e 29 de novembro, escolher a pessoa que governará a cidade do Rio pelos próximos quatro anos. Entre as opções de candidatos e candidatas aparecem os seguintes nomes, organizados em ordem alfabética:

 

Benedita da Silva (PT)
A deputada e ex-governadora Benedita da Silva é o nome mais popular do PT no Rio
A deputada e ex-governadora Benedita da Silva é o nome mais popular do PT no RioReprodução/Facebook
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Pré-candidata pelo PT, Benedita da Silva é servidora pública, professora, assistente social e auxiliar de enfermagem. Foi a 59ª governadora do Rio de Janeiro, primeira senadora negra do Brasil e atualmente é deputada federal. Também é ativista política do movimento negro e feminista.
Clarissa Garotinho (PROS)
Clarissa Garotinho
Clarissa GarotinhoReprodução/Facebook
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A deputada federal Clarissa Garotinho (PROS-RJ) foi confirmada na convenção do partido no último sábado, dia 12, como candidata à Prefeitura do Rio. A parlamentar vai se licenciar da presidência do diretório estadual enquanto durar a campanha. Ela é filha dos ex-governadores fluminenses Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho e irmã do também deputado federal Wladimir Garotinho (PSD-RJ).
Cristiane Brasil (PTB)
Cristiane Brasil continuará presa
Cristiane Brasil continuará presaReprodução/Facebook
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Pré-candidata à Prefeitura do Rio de Janeiro, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) teve a prisão preventiva decretada em operação que apura desvios de até R$ 30 milhões no governo do Rio e na prefeitura da capital. Advogada, Cristiane usou o Twitter para dizer ser vítima de "perseguição política". Em 2018, ela foi nomeada ministra do Trabalho pelo então presidente Michel Temer (MDB), mas teve sua posse suspensa após vir à tona o fato de que a ex-deputada foi condenada pela Justiça a pagar uma dívida trabalhista.
Cyro Garcia (PSTU)
Cyro Garcia é candidato do PSTU à Prefeitura do Rio
Cyro Garcia é candidato do PSTU à Prefeitura do RioRomerito Pontes / PSTU
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Foi oficializado candidato do PSTU à Prefeitura do Rio no último dia 5. Esta é quinta vez que Garcia tenta conquistar a vaga de prefeito do Rio de Janeiro. Bancário aposentado e professor universitário, militante no movimento sindical e socialista desde a década de 1970, participou da fundação do PT e da CUT. Foi dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, tendo sido presidente da entidade entre 1991 e 1993. Exerceu o mandato de deputado federal por 10 meses em 1993, como suplente de Jamil Haddad. Atualmente é presidente do diretório estadual do PSTU no Rio de Janeiro.
Eduardo Bandeira de Mello (Rede)
Eduardo Bandeira de Mello
Eduardo Bandeira de MelloReprodução/Facebook
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Administrador, Eduardo Bandeira de Mello trabalhou por 36 anos no BNDES e foi presidente do Flamengo entre 2013 e 2018. Ele é pré-candidato pela Rede à Prefeitura do Rio. A legenda discute com o PDT, de Martha Rocha, a composição de uma chapa.
Eduardo Paes (DEM)
Eduardo Paes
Eduardo PaesReprodução/Facebook
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Filiado ao Democratas, Eduardo Paes foi prefeito do Rio de 2009 até 2017. Também foi secretário municipal do Meio Ambiente de 2001 a 2002 e secretário de Turismo, Esporte e Lazer do Estado do Rio entre 2007 e 2008. Concorreu ao governo do Rio em 2018, mas perdeu para Wilson Witzel (PSC). Conta com apoio do PSDB, através do ex-pré-candidato Paulo Marinho. Na última terça-feira, dia 8, Paes foi alvo de um mandado de busca e apreensão, cumprido na casa onde mora, na Zona Sul do Rio, e também se tornou réu. Ele foi denunciado pelo MP-RJ por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Segundo as investigações, o ex-prefeito recebeu mais de R$ 10 milhões da Odebrecht. Ainda de acordo com o MP-RJ, os valores, destinados à campanha eleitoral de 2012 foram entregues em espécie a uma agência de publicidade e não contabilizados, o que se enquadra em crime de caixa dois. Paes acusou adversários políticos de utilizarem "instrumentos da Justiça" para prejudicar a sua imagem às vésperas das eleições municipais e completou dizendo que "não vão intimidá-lo".
Enfermeira Rejane (PCdoB)
Enfermeira Rejane
Enfermeira RejaneReproduçao/Site Enfermeira Rejane
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Rejane de Almeida, mais conhecida como Enfermeira Rejane, é a aposta do PCdoB para a disputa pela Prefeitura do Rio. Deputada estadual em seu terceiro mandato, ela teve o nome aprovado no lugar do ex-ministro Brizola Neto, que teve sua candidatura retirada por conta de uma decisão do TRE-RJ.
Fred Luz (Novo)
Fred Luz
Fred LuzReprodução/Facebook
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Engenheiro e empresário, Fred Luz é o pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo Partido Novo. Com passagens em empresas como Petrobras e Lojas Americanas, ele foi sócio em marcas como Richards e Salinas. Atuou como diretor-geral do Clube de Regatas do Flamengo entre 2014 e 2018. Em 2018, participou da equipe de transição do governador de Minas Gerais, Zema (Novo).
Glória Heloiza (PSC)
Glória Heloiza
Glória HeloizaReprodução/Facebook
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De 1996 até março deste ano, Glória Heloiza atuou como juíza e passou por diversos juizados. Há cinco anos era titular da 2ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da capital. Em março deste ano, ela se afastou formalmente da magistratura para disputar a Prefeitura do Rio pelo Partido Social Cristão (PSC) — mesmo partido do governador afastado do Rio, Wilson Witzel.
Hugo Leal (PSD)
Hugo Leal
Hugo LealReprodução/Facebook
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Hugo Leal é advogado, compositor e economista. Atualmente filiado ao PSD. Também é deputado federal desde 2007. Leal foi presidente do Detran entre 2003 e 2005 e está no quarto mandato de deputado federal. Ele foi também secretário de Administração e Reforma do Estado.
Luiz Lima (PSL)
O deputado federal Luiz Lima é candidato a prefeito do Rio pelo PSL
O deputado federal Luiz Lima é candidato a prefeito do Rio pelo PSLDivulgação
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Em convenção virtual, a executiva municipal do Partido Social Liberal (PSL-RJ) definiu, na tarde de sábado, o nome do deputado federal Luiz Lima para disputar a Prefeitura do Rio. A advogada Flávia Ribeiro dos Santos será sua vice. Apesar de bolsonarista declarado, o ex-nadador está vetado, pelo próprio presidente, de usar o nome ou a imagem de Jair Bolsonaro na campanha.
Marcelo Crivella (Republicanos)
Marcelo Crivella
Marcelo CrivellaReprodução/Facebook
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Marcelo Crivella é engenheiro, filiado ao Republicanos e atual prefeito do Rio de Janeiro, cargo que ocupa desde janeiro de 2017. Foi eleito senador pela primeira vez em 2002, foi reeleito em 2010 e foi ministro da Pesca e Aquicultura entre 2012 e 2014 no Governo Dilma. Sofreu duas derrotas pela Prefeitura do Rio em 2004 e 2008. Em 2016, venceu a eleição no segundo turno contra Marcelo Freixo. Na última quinta-feira, dia 10, a Polícia Civil e o MP-RJ cumpriram 22 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários. Entre os locais, estava a sede da Prefeitura do Rio e a casa de Crivella, na Zona Oeste do Rio, onde foi apreendido seu celular. Em nota, Crivella disse ter estranhado a operação já que, segundo ele, havia colocado seus sigilos bancário, telefônico e fiscal à disposição do MP. "A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado. Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação", frisa ele.
Martha Rocha (PDT)
Martha Rocha
Martha RochaReprodução/Facebook
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Delegada por 30 anos e a primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Rio, a deputada estadual, Martha Rocha (PDT) foi presidente das comissões de Saúde e Segurança Pública e Assuntos de Polícia na Alerj. Em 2019, atuou na CPI do Feminicídio para combater a violência contra mulheres. Ela é pré-candidata à Prefeitura do Rio pelo PDT. A legenda discute com o partido Rede, de Eduardo Bandeira de Mello, a composição de uma chapa.
Paulo Messina (MDB)
Paulo Messina
Paulo MessinaReprodução/Facebook
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Pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo MDB, Paulo Messina matemático, professor e pós-graduado em Educação Matemática. Em seu terceiro mandato como vereador do Rio, Messina é presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal.
Renata Souza (PSOL)
Renata Souza
Renata SouzaReproduÇÃo DO Facebook
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Nascida e criada no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, Renata Souza é jornalista e feminista negra. Eleita deputada estadual em 2018, ela é a candidata à Prefeitura do Rio pelo PSOL. Em 2016, atuou como chefe de gabinete da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. O vice dela será Ibis Pereira, coronel reformado da PM-RJ (Polícia Militar do Rio) filiado ao PSOL há dois anos.
Suêd Haidar (PMB)
Suêd Haidar é a candidata do PMB para disputar a Prefeitura do Rio em 2020
Suêd Haidar é a candidata do PMB para disputar a Prefeitura do Rio em 2020Divulgação
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O Partido da Mulher Brasileira (PMB) oficializou, no sábado, o nome de Suêd Haidar como candidata à Prefeitura do Rio. Presidente nacional e fundadora do partido, é a primeira vez que ela vai tentar uma vaga em cargo executivo. A candidata a vice na chapa é Jessica Rabello Guimarães. Suêd, de 61 anos, nasceu em São Luiz Gonzaga, no Maranhão, e se mudou para o Rio de Janeiro em 1977.
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