Agentes da Polícia Civil recolhem material apreendido na Fundação Leão XIII, pela Operação Catarata - Estefan Radovicz
Agentes da Polícia Civil recolhem material apreendido na Fundação Leão XIII, pela Operação CatarataEstefan Radovicz
Por O Dia

No centro das investigações sobre o secretário de Educação Pedro Fernandes (PSC), a Fundação Leão XIII foi constantemente sucateada nas últimas décadas, com fechamento de ao menos 10 unidades, aumento do número de comissionados ligados a políticos cariocas e até duas tentativas de extinção. Para os funcionários concursados, resta a tristeza com o desmonte da estrutura. 

"O aparelhamento político foi sucateando as estruturas nos últimos anos, tanto é que muitas das sedes foram fechadas. Hoje, tem entidades que funcionam em salas emprestadas da prefeitura e, às vezes, falta formulário e gratuidade", afirma um funcionário. Segundo ele, a indicação de cargos comissionados segue aumentando, com a morte ou aposentadoria de funcionários concursados, ao invés de abrirem um novo concurso - o último processo se encerrou em 1988.

Segundo o presidente da Associação de Servidores da Fundação Leão XIII, Luiz Carlos de Souza, a entidade opera com 417 funcionários distribuídos nas mais de 90 unidades do estado. Quando ele entrou na fundação, em 1987, eram mais de mil funcionários, em estruturas equipadas com assistência social, setor jurídico e creche. Em 2018, o então governador Luiz Fernando Pezão (MDB) tentou extinguir a Leão XIII, mas o projeto de lei foi barrado na Alerj. Neste ano, o mesmo cenário, agora no governo Wilson Witzel.

Na sede administrativa, na Rua Senador Dantas, no Centro, profissionais trabalhavam normalmente no dia de ontem. Na base, com salas em três andares de um edifício comercial, funcionam setores como Recursos Humanos e assessoria técnica de informática. Funcionário ouvido pela reportagem comentou que os serviços assistenciais estão acontecendo normalmente nos 120 polos da fundação espalhados pelo estado.

"Esses contratos investigados são antigos e, há uns dois anos, a fundação vem adotando uma outra linha de atuação, se distanciando de hábitos relacionados a uso político", disse o funcionário, sem se identificar.

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