Chuva alaga Rua Dr. Alberto Torres, em Neves, São Gonçalo, na região metropolitana do Rio,  na manhã desta quarta-feira,13 - Foto: WhatsApp O Dia - WhatsApp O Dia
Chuva alaga Rua Dr. Alberto Torres, em Neves, São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, na manhã desta quarta-feira,13 - Foto: WhatsApp O DiaWhatsApp O Dia
Por O Dia
Rio - Não é cedo para os candidatos a prefeito começarem a pensar nos desafios que terão pelos próximos quatro anos. Em meio à crise sanitária, por conta da pandemia, a luta será ainda mais árdua. Em São Gonçalo, por exemplo, um dos primeiros desafios será a corrida para inaugurar a policlínica do bairro Vila Três. Uma obra que começou na gestão anterior e que ficou pronta há pouco. Mas o problema vai além de tijolos e concretos: faltam equipamentos e profissionais que precisam ser contratados.

O município, que tem mais de um milhão de habitantes e é o segundo maior colégio eleitoral do Estado do Rio, conta apenas com um hospital de emergência administrado pela prefeitura, o Pronto Socorro de São Gonçalo, no bairro Zé Garoto.

A crise econômica é um fantasma que assombra São Gonçalo. A cidade tem a maior taxa de desemprego entre jovens na Região Metropolitana do Rio. Ao todo são 34,7% de pessoas com idades entre 15 e 29 anos que estão fora do mercado de trabalho. Em termos de comparação, vale destacar que em regiões em guerra, como a Síria, por exemplo, a taxa nacional de desemprego é de 30,6%. Já no Haiti é de 34%.

Outro tema debatido pelo gonçalense é a iluminação pública, que em março deste ano teve um aumento de mais de 200% na taxa. Enquanto isso, muitas ruas ainda seguem às escuras na cidade.

Os problemas se acumulam em diversas áreas. O ordenamento urbano será outro ponto nevrálgico para o próximo chefe do Executivo municipal. Na educação, professores reclamam da defasagem do salário que está abaixo do nível nacional. Em infra-estrutura, a cidade é uma das que mais sofre com enchentes.
RAIO X 
Publicidade
População

1.091.737 pessoas

(IBGE 2020)

Eleitores

686.207

(TRE)

Densidade demográfica

4.035,90 hab/km²

(IBGE)

Principais Atividades Econômicas: Comércio, Serviços e Indústria
Perfil dos candidatos
Publicidade
José Luiz Nanci (Cidadania)

Com o slogan "Melhor o certo do que o duvidoso", o atual gestor municipal vai tentar a reeleição. O médico é casado e pai de dois filhos. É nascido no bairro Zé Garoto, onde mora até hoje. Foi vereador de São Gonçalo por cinco mandato seguidos e, em 2010, conseguiu se eleger como deputado estadual. Como prefeito, nomeou a própria esposa para exercer cargo com remuneração de R$ 12 mil. Foi condenado pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) por "improbidade na má gestão de repasses federais para conter epidemias".

Dejorge Patrício (Republicanos)

O empresário de 46 anos foi o vereador mais votado de São Gonçalo em 2012. É nascido no bairro Boaçu e viúvo. Na última eleição, disputou o segundo turno contra José Luiz Nanci. Atuou como assessor de projetos na Cedae. No ano passado, teve o nome citado na delação premiada do empresário Paulo Roberto de Souza Cruz, que atua na área de iluminação pública no Rio de Janeiro.

Ricardo Pericar (PSL)

Empresário da área da educação, Ricardo Pericar é o atual vice prefeito de São Gonçalo. Foi vereador da cidade e exerceu o mandato por três vezes. Foi subsecretario de obras. Rompeu com o atual prefeito José Luiz Nanci. Em 2018, se candidatou a deputado federal e conquistou 30 mil votos, se tornando suplente da deputada Major Fabiana. Se destacou na cidade ao criar o movimento “Fora Ampla”, que denunciava os preços abusivos da concessionária responsável pelo fornecimento de energia na cidade.

Capitão Nelson (Avante)

Pela primeira vez o oficial da reserva da PM irá brigar pelo executivo municipal. Capitão Nelson ocupou o cargo de vereador por 14 anos. Na última eleição, concorreu ao cargo de deputado estadual, alcançando 24 mil votos, que o colocaram como suplente do deputado Marcos Abraão. Ele está citado no relatório da CPI das Milícias, da Alerj, como suspeito de chefiar um grupo paramilitar em São Gonçalo.

Roberto Sales (PSD)

Roberto Sales é ex-deputado federal. Ele tem 42 anos, é administrador de empresas e corretor. Para o executivo de São Gonçalo, Sales recebeu o apoio do deputado federal Hugo Leal e do deputado estadual Felipe Poubel. Sales teve o nome citado na lista que apresentava os dez deputados federais do Rio de Janeiro que mais usavam a verba pública para a cota para exercício da atividade parlamentar.

Dimas Gadelha (PT)

É médico e gestor público. Foi secretário Municipal de Saúde de São Gonçalo nas duas últimas administrações da cidade, com o ex-prefeito Neilton Mulim e o atual, José Luiz Nanci. Em 2018, tentou se eleger como deputado federal pelo DEM. Em 2017, Dimas foi alvo de especulações que davam conta de sua exoneração do cargo de secretário. A informação foi desmentida por ele. Ele tenta pela primeira vez a vaga no executivo municipal.

Isaac Ricalde (PCdoB)

É o candidato a prefeito mais novo em São Gonçalo. Isaac tem 34 anos, é servidor público, foi dirigente estudantil, presidiu a União da Juventude Socialista e simboliza uma necessária renovação na política local. A sua candidatura surgiu a partir de uma união com o Psol após o professor Josemar anunciar que não iria concorrer ao paço municipal.
Dayse Oliveira (PSTU)

Unica mulher na corrida eleitoral pela prefeitura de São Gonçalo, Dayse Oliveira é professora e historiadora. Militante do movimento Quilombo Raça e Classe e do Coletivo Reviravolta da Educação, ela é mestre em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professora da rede pública estadual do Rio. Em 2014 e 2018, se candidatou ao governo do estado. Nos anos de 2004 e 2012 se candidatou ao cargo de prefeita de São Gonçalo.