Galeria de Fotos
Três homens lhe foram apresentados e ele não reconheceu Danillo como suspeito. Em seguida, a defesa pediu sua absolvição, o que foi acatado. Durante seu depoimento na audiência, Danillo negou a autoria dos fatos.
A audiência de Danillo estava marcada para as 16h30. Apesar de o protesto ser realizado de maneira pacífica, a juíza responsável pela audiência mandou pedir que os manifestantes não encostassem na grade do fórum sob pena da audiência ser suspensa. O pedido foi acatado pelos manifestantes. Um cordão de policiais militares e guardas municipais, então, se formou no portão.
Irmão de Danillo Félix, preso por reconhecimento de foto, falam ao DIA sobre audiência que definiria soltura.
— Jornal O Dia (@jornalodia) September 28, 2020
Assista:#ODia
Crédito: Estefan Radovicz / Agência O Dia pic.twitter.com/yKoSiNc42y
Danillo, que completa 25 anos na terça-feira foi reconhecido como autor de um roubo a mão armada por fotos antigas do Facebook. Músicos da orquestra de cordas da Grota tocam em apoio ao protesto.
O deputado estadual Flávio Serafini está no ato em solidariedade a Danillo e diz que estuda formas de evitar que essas prisões se repitam. "A gente tem acompanhado em todo estado, mas especialmente em Niterói, uma sequência de jovens negros sendo presos com base em identificações com fotos de redes sociais em delegacias", disse Serafini.
Mulher de Danillo Félix, preso por reconhecimento de foto, falam ao DIA sobre audiência que definiria soltura.
— Jornal O Dia (@jornalodia) September 28, 2020
Confira o vídeo:#ODia
Crédito: Estefan Radovicz / Agência O Dia pic.twitter.com/3ZBojOH8SO
Beatriz Faria organizou o protesto em favor do companheiro. "Ele tá preso há um mês e 22 dias. É um tempo de muita tristeza. Temos um filho pequeno que fica chamando pelo pai. Isso é o que mais me parte o coração. É uma mãe, uma esposa e um irmão que choram todo dia só pela prisão de um jovem pela cor da pele dele", afirmou.
Danillo foi preso com base em um reconhecimento de fotos antigas de seu Facebook. A OAB apoia a defesa do jovem e veio garantir que a manifestação transcorre sem violações de direitos.
"A gente vê mais um caso gritante de injustiça por conta de uma metodologia equivocada usada em sede policial que é essa identificação por foto, sem a presença da pessoa, muitas vezes por fotos antigas. Existem diversos casos parecidos que estamos acompanhando", diz Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.Manifestantes comemoram absolvição de Danillo Félix.
— Jornal O Dia (@jornalodia) September 28, 2020
Confira o vídeo:#ODia
Crédito: Estefan Radovicz / Agência O Dia pic.twitter.com/KSrt527Ydk
A OAB fez um pedido para ingressar no caso como amicus curae (quando uma instituição fornece subsídios às decisões dos tribunais), mas o pedido não foi acatado pela juíza.
O crime ocorreu no dia 2 de julho, por volta de 22h, perto da Concha Acústica de Niterói. Na delegacia, a vítima descreveu o autor do roubo como um homem pardo, com bigode fino e de cerca de 20 anos. Danillo é negro, tem barba e mantém o cabelo comprido com dreads desde o ano passado, segundo a defesa.
"O Danillo tem cabelo grande. Característica que certamente teria sido citada, caso ele fosse o culpado. Reconheceram o Danillo por fotos do Facebook de 2017, época em que ele tinha o cabelo bem baixinho e bigode fino", diz Beatriz.
Para a defesa, Danillo está preso por conta de um reconhecimento fotográfico falho. A advogada Cristiane Lemos critica a falta de outras diligências para embasar o pedido de prisão preventiva. O jovem não tem antecedentes criminais, tem um filho de um ano e três meses com Beatriz e possui residência fixa.
"Infelizmente, isso acontece com muitos jovens negros moradores de comunidade por conta dessas prisões proferidas sem o mínimo de cuidado. Pelo menos poderiam ter diligenciado as câmeras. O simples reconhecimento é muito pouco para determinar uma prisão. Existe a falha humana. Quem acaba de ser assaltado está com adrenalina muito alta, não consegue fazer os registros precisos do suspeito a ponto de condenar uma pessoa", afirma a advogada.