14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Esteção Nova Barra.      14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Esteção Nova Barra.         Estefan Radovicz / Agência O Dia
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14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Esteção Nova Barra. 14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Esteção Nova Barra. Estefan Radovicz / Agência O Dia BylineEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por Gabriel Sobreira e Luisa Bertola
Rio - O DIA visitou três das oito estações do corredor Transoeste que, há dois meses, a Prefeitura do Rio e o consórcio BRT prometeram revitalizar. Apenas uma funciona: Mato Alto. Nas demais (Nova Barra e Riomar), o cenário é desolador. Tem estação parcialmente queimada, servindo de moradia para pessoas em situação de rua, sujeira para todos os lados e pichações, entre outras avarias. E pelo visto, o cenário não vai mudar nem tão cedo.

Galeria de Fotos

14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação Riomar. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Di
14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação Riomar. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Di
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14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação, Gelson da Fonseca. Na foto, cabos aparentemente furtados na região. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Di
14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação, Gelson da Fonseca. Na foto, cabos aparentemente furtados na região. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Dia
14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação, Gelson da Fonseca. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Di
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14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação, Gelson da Fonseca. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Dia
14/10/20 - Esteções BRT fechadas e depredadas. Na foto, Estação, Gelson da Fonseca. Na foto, cabos aparentemente furtados na região. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline Estefan Radovicz / Agência O Di
Estação Nova Barra, no corredor Tranoeste Reprodução de vídeo / Estefan Radovicz
Estação Mato Alto, do corredor Transoeste Estefan Radovicz / Agência O DIA
Estação Mato Alto, do corredor Transoeste Estefan Radovicz / Agência O DIA
Estação Mato Alto, do corredor Transoeste Estefan Radovicz / Agência O DIA
Estação Mato Alto, do corredor Transoeste Estefan Radovicz / Agência O DIA
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"Apesar da grave crise que atravessa, o BRT Rio vem investindo em reforma e recuperação de estações vandalizadas e/ou com equipamentos furtados. Com o fechamento hoje das estações Olof Palme e Padre João Cribbin, no corredor Transolímpica, são 34 fora de operação por causa desses crimes", disse em nota o consórcio BRT. "Por isso, seguimos um cronograma de reformas, a partir de avaliações técnico-financeiras. Neste momento, estamos trabalhando no corredor Transcarioca. Vila Queiroz será reaberta na próxima semana e, em seguida, será a vez de Vila Kosmos", completa, sem detalhar uma data.
Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) afirma que tem acompanhado de perto o trabalho de recuperação das estações vandalizadas durante a pandemia.
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"Inclusive, as dificuldades que o BRT Rio encontra no processo devido aos casos de reincidência, o que acaba por atrapalhar o esforço que vem sendo empreendido em prol da população. Cabe destacar a importância da cooperação dos usuários para manter o bom estado das estações e terminais. Se os equipamentos não forem usados de forma responsável e consciente, os passageiros poderão ser afetados pela suspensão dos serviços para a necessária reforma do local e por possíveis atrasos na reabertura das estações devido a novos atos de vandalismo", frisa a pasta, por meio de nota. 
Só para se ter uma ideia, o corredor Transoeste tem 14 estações fechadas por conta de atos de vandalismo e furto de equipamentos: Riomar, General Olímpio, Cajueiros, Vendas de Varanda, Embrapa, Dom Bosco, Recanto das Garças, Guiomar Novaes, Nova Barra, Benvindo de Novaes, Guignard, Gelson Fonseca, Golfe Olímpico.
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Na estação Nova Barra, o local está abandonado, sem letreiro e a placa de "Saída de Emergência" foi pichada. Os vidros laterais da estação foram quebrados e em imagens feitas pela equipe do DIA é possível ver uma das portas estilhaçada em cima do corredor por onde passa o articulado. Além disso, a estação não recebe manutenção e tem sido usado por moradores de rua na parte da noite. No caso da Riomar, também tem atividade de moradores de rua, pichações, mas com reparo poderia retornar à atividade.
Morador de Campo Grande, Guilherme Braga tem 26 anos, é pesquisador na Casa Fluminense e faz doutorado em Geografia na UERJ, estudando o transporte público na Zona Oeste carioca.
“Sobre as estações, destacaria o abandono das estruturas, especialmente na região de Campo Grande e Santa Cruz. Não se vê investimento em manutenção e segurança”, avalia ele, que estuda no Maracanã e trabalha no Centro. “Também vale mencionar as estações Santa Cruz, Pingo d'Água, Magarça e Mato Alto, que são estações que recebem fluxos maiores, mas cujo tamanho não condiz com essa demanda. Especialmente no caso das três últimas, há um fluxo de ônibus alimentadores que acessa essas estações, mas não há uma infraestrutura para esse transbordo, como terminal de ônibus, cobertura, banheiros, assentos”, completa Braga.
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Já a estação Mato Alto, que estava na lista de reformas pela concessionária, segue funcionando. O movimento de passageiros era alto, mas sem grandes aglomerações. Os ônibus passavam no horário e nos intervalos regulares. A estação não tinha equipamentos depredados ou quebrados e um funcionário da concessionária fazia uma pintura de manutenção na parte externa. 
Apesar de não estar na lista das estações que seriam revitalizadas, a estação Gelson Fonseca inspira cuidados. Parcialmente queimada próximo à área da cabine de cobrança, o local está com vários largados no chão. "São da própria estação Gelson Fonseca, deteriorados após o incêndio", explica o consórcio.
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Problemas em várias regiões
O pesquisador Guilherme Braga da Casa Fluminense, que faz doutorado em Geografia na UERJ, ao estudar o transporte público na Zona Oeste carioca explica que, de maneira geral, o mesmo raciocínio usado para a região - com propostas de distribuição das oportunidades de emprego, por exemplo -, vale também para a Região Metropolitana do Rio como um todo. 
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Segundo o especialista, a solução da mobilidade na cidade do Rio de Janeiro está na compreensão de que o transporte não é tudo, mas sim um elemento em uma grande e complexa engrenagem.
"Precisamos de soluções que entendam o papel da distribuição de empregos nos territórios, habitações populares nos centros, equipamentos de cultura e lazer nas periferias. Ou seja, reduzir a necessidade de deslocamentos e reduzir as distâncias", defende ele.
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"Tudo isso é necessário para assegurar os padrões mínimos de qualidade", aponta como saída o pesquisador .