. Proibição de contato com empresas e outros envolvidos na investigação;
. Recolhimento domiciliar noturno.
Operação Catarata
Numa conversa no WhatsApp, em outubro do ano passado, Flávio Chadud, um dos presos nesta sexta-feira, durante a segunda fase da Operação Catarata, e Marcus Vinicius Azevedo da Silva, o MV, preso na primeira etapa das investigações, em julho do ano passado, comemoraram o fato de Pedro Fernandes assumir a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio, por acreditarem que desta forma, poderiam obter ainda mais vantagens para o esquema.
Para isso, o grupo pagava propinas a servidores públicos e a agentes políticos que eram responsáveis pelas Secretarias Municipais e pela Fundação Estadual Leão XIII. Os valores eram entregues em dinheiro no Shopping Downtown, na Barra da Tijuca, local apontado pela promotoria, como ‘QG’ da organização criminosa.
O núcleo político da organização criminosa era composto por Cristiane Brasil, Pedro Fernandes, Sergio Fernandes e João Marcos Borges Mattos, segundo o MP do Rio. Tal grupo era responsável por viabilizar fraudes em suas respectivas pastas e prorrogar contratos fraudulentos mediante recebimento de ‘propina’, que variava de 5% a 25% do valor pago pelo contrato.
O MP apontou ainda que duas outras denunciadas eram responsáveis em receber os valores ilícitos ‘devidos’ à filha do ex-deputado Roberto Jefferson. "Há noticias de pagamento em euros recebidos pela denunciada", registra a decisão da Catarata 2.
"Verifica-se que os denunciados Pedro Fernandes e Cristiane Brasil, se utilizando de articulações políticas, teriam implementado e gerido um verdadeiro esquema criminoso, com apoio de empresários, assessores, administradores e funcionários que, em troca de um emprego/função com remuneração e bônus, alimentavam o desvio de verbas públicas destinada a pessoas de baixa renda e a idosos. A suposta OCRIM teria tido sua origem, ainda no ano de 2013, no âmbito da Secretária Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida do Rio de Janeiro, sob a influência da então vereadora e Secretária Cristiane Brasil", registrou a decisão.
O texto ainda destacou a influência da organização criminosa indicando que na primeira fase da Operação Catarata, em julho de 2019, o delegado Mario Jamil Chadud foi até a sede da Servlog Rio, no Shopping Downtown e retirou do local uma série de documentos, computadores, dinheiro em espécie, procurando obstruir a investigação. Segundo a decisão, tal "retirada" se deu uma hora antes de os policiais chegarem ao local, sendo que a ofensiva foi atrasada pelo mesmo período, 'havendo indícios de que houve vazamento de informação'.