Village Pavuna, na Zona Norte do Rio  - Reprodução Facebook
Village Pavuna, na Zona Norte do Rio Reprodução Facebook
Por O Dia
Rio - A Polícia Militar realiza uma operação, nesta quarta-feira, em um condomínio na Pavuna, Zona Norte do Rio, após uma equipe da Naturgy ser ameaçada de morte e impedida de realizar um reparo de vazamento de gás na rede local. Criminosos estariam tentando impor a venda de botijões aos moradores. 
Segundo a concessionária, no último sábado, houve um chamado de urgência para o condomínio e imediatamente, os técnicos foram até o local e identificaram o vazamento de gás em três unidades. No entanto, a equipe foi ameaçada de morte e impedida de atuar. 
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Por volta de 12 mil moradores estão sem gás no local. No local, há 30 prédios e 3,8 mil apartamentos, próximo ao Complexo do Chapadão. "Visando a segurança dos clientes e do entorno, a Naturgy interrompeu o fornecimento de gás do condomínio. Vale ressaltar que o gás fornecido pela concessionária neste condomínio era GLP e portanto, em substituição, os moradores podem utilizar botijão de gás sem a necessidade de adaptar o fogão", informou a empresa, em nota. 
A concessionária disse ter registrado na 39ª DP (Pavuna) e, ainda, solicitado apoio policial ao 41º Batalhão de Polícia Militar (Irajá). "Entretanto, a Naturgy foi informada de que não seria possível garantir o acesso e a segurança de seus técnicos nesta área", disse a empresa. 
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Procurada, a Polícia Militar informou, primeiramente, que a corporação não foi acionada, mas seguia à disposição para apoiar concessionárias. Mais tarde, a PM disse que equipes do 41°BPM (Irajá), de batalhões subordinados ao 2° Comando de Policiamento de Área, do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM) e unidades do Comando de Operações Especiais (COE) na região do Complexo do Chapadão e Pavuna. O Batalhão de Ações com Cães (BAC), o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e o Grupamento Aeromóvel estavam atuando no local. 

De acordo com a PM, a ação, que está em andamento, com o intuito de permitir o acesso de serviços públicos e remover obstáculos colocados nas vias públicas.  
A Polícia Civil informou que havia identificado o esquema criminoso e uma investigação já está em andamento. A corporação também ressaltou que a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) criou uma força-tarefa de combate às milícias, agindo com inteligência, investigação e ação, para coibir a atuação das organizações criminosas que atuam em todo o estado do Rio de Janeiro.
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"Estar perto da minha família foi o que fez eu comprar um imóvel naquela região. Infelizmente, sempre percebi o crescimento da comunidade e sabia que um dia a invasão do tráfico se tornaria uma realidade. Como diz o velho ditado: 'os incomodados que se mudem'. Foi o que fiz, decidi me mudar para não sofrer nas mãos desses criminosos. Mas ainda mantenho meu apartamento lá no Village. Tenho esperança de um dia retornar e viver em paz. Mantenho contato com meus vizinhos e percebo que eles não estão alegres. Estão tristes com essa situação. O poder público nada faz pela população", contou ao O DIA, um morador que deixou o seu imóvel na região após o crescimento da criminalidade.