Fabíola Silva, esposa de Douglas Bellot, morto na Praça Seca - LUCIANO BELFORD/AGÊNCIA O DIA
Fabíola Silva, esposa de Douglas Bellot, morto na Praça SecaLUCIANO BELFORD/AGÊNCIA O DIA
Por O Dia
Rio - O vendedor ambulante Douglas Bellot, de 36 anos, foi enterrado na tarde deste domingo (25) no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio, sob forte comoção de familiares e amigos. O camelô voltava do trabalho na madrugada de sexta-feira quando foi atingido na barriga já próximo de casa, dentro da favela Bateau Mouche, na Praça Seca, região dominada por milícia. A viúva Fabíola Silva não acredita que o marido tenha sido vítima de bala perdida. A Delegacia de Homicídios da capital (DHC) investiga o caso.
"Eu tenho certeza que não. Até pela perícia que esteve lá e falou que falou que ele tomou um tiro na barriga, de longe. Esse tiro ficou alojado na coluna dele", comentou a esposa.
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Na madrugada de sexta-feira, Fabíola recebeu uma mensagem do marido avisando que chegaria em breve do trabalho. Minutos depois, ouviu o disparo. O crime aconteceu perto da residência do casal, na parte alta do Bateau Mouche. Moradores dizem que a região é uma espécie de plantão dos milicianos que controlam a área. A esposa de Douglas afirmou que ele nunca comentou sobre qualquer tipo de ameaça ou desavença com criminosos locais.
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"Como eu falei, como todo mundo sabe, ele era um cara maravilhoso. Um ótimo vizinho, um ótimo amigo, um ótimo marido. Era um cara que trabalhava dia e noite, noite e dia, tinha um coração maravilhoso. Se ele tivesse comentado: 'poxa, amor, estou sendo ameaçado'. Mas, não. Ele estava bem, feliz, fazendo planos. O sonho dele era abrir um canil. Ele amava pitbulls", afirmou Fabíola. "Agora, eu nem sei o que pensar mais. Ele era tudo na minha vida, meu companheiro , meu amigo, meu pai, minha mãe, tudo junto. São 11 anos juntos, uma história. Meu desejo é que ele esteja em paz".
Protesto no Mercadão
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Camelôs que trabalham na região de Madureira organizam um protesto nesta segunda-feira em homenagem ao vendedor ambulante Douglas Bellot, de 36 anos, morto a tiros na última sexta-feira, quando chegava em casa na favela do Bateau Mouche, na Praça Seca. Inicialmente a manifestação estava marcada para este domingo, mas foi adiada para o dia seguinte. O ato será às 10h, em frente ao Mercadão de Madureira, região onde DG, como era conhecido, vendia doces e cerveja na estação do BRT.
Em mensagem que circula nos grupos de Whatsapp, vendedores ambulantes afirmam: "Não vamos nos calar diante dessa covardia que aconteceu com nosso amigo DG. Queremos justiça e para isso precisamos nos unir e pedir às autoridades uma resposta sobre o crime que ceifou a vida do nosso amigo. Não podemos deixar que esses marginais matem mais pais de família". A Delegacia de Homicídios investiga o caso.