A cada ano que passa a população vulnerável aumenta nas ruas. Famílias inteiras vivem sob marquises - Daniel Castelo Branco
A cada ano que passa a população vulnerável aumenta nas ruas. Famílias inteiras vivem sob marquisesDaniel Castelo Branco
Por O Dia
Rio - A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) e do Instituto Pereira Passos (IPP), com colaboração da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciou, nesta segunda-feira, o censo da população em situação de rua na cidade. O levantamento será feito por quatro dias, até quinta-feira (29). O objetivo do trabalho é apurar quantas pessoas vivem nas ruas e qual o perfil delas. Os dados contribuirão para formulação e implementação de políticas públicas que ajudem a dar dignidade e oportunidade de trabalho a essa população.
Com o censo, a Prefeitura espera sensibilizar Justiça, Mninistério Público e Defensoria Pública para, juntos com o Município, desenvolver ações para reinserir essas pessoas no mercado de trabalho. "Não pudemos fazer internação involuntária da população de rua, durante esse período da pandemia, porque a Justiça não permitiu. Com o aumento da população em situação de rua e a pandemia, essa necessidade se impõe. Com esse censo, queremos mostrar isso: quantas pessoas estão em situação de rua. Além de termos abrigos municipais disponíveis, temos condições de qualificar a mão de obra e garantir o emprego", disse o prefeito Marcelo Crivella.
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Coleta de dados
Cerca de 135 recenseadores vão percorrer toda a cidade, aplicando questionários junto à população em situação de rua e às pessoas atendidas em unidades de acolhimento. O foco da pesquisa é recolher informações sobre idade, raça, gênero, escolaridade, trabalho e renda, trajetória nas ruas, avaliação de abrigos, saúde e uso de drogas, acesso e avaliação de serviços de assistência. A aplicação da censo está prevista para se repetir a cada dois anos, e a ferramenta para coleta e análise dos dados permite atualização permanente, devido ao caráter dinâmico e flutuante da população de rua.
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Para garantir a cobertura integral de todo o município, a cidade foi dividida em quatro distritos censitários, onde a pesquisa será realizada em três turnos: manhã, tarde e noite. Além disso, para evitar a dupla contagem, as equipes farão o cruzamento das informações obtidas por meio de perguntas de identificação.
"O censo nos dará o recorte sobre pessoas que moram na rua e outras que usam a rua para acessar algum tipo de renda. Porque existe diferença entre população em situação de rua e população na rua. E isso será importante para planejar e executar políticas públicas para essa população", afirmou a secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Tia Ju.
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O trabalho dos recenseadores será feito sempre das 7h às 24h. Assim dividido, por região: nesta segunda (26), Zona Oeste; na terça (27), Centro; na quarta (28), Zona Sul; e na quinta (29), Zona Norte.
O presidente do IPP, Paulo Cesar Amendola, destacou a importância de o censo ser feito a cada dois anos.  "Essa metodologia é fundamental para o monitoramento das políticas públicas que serão implementadas para atender a essa população", explicou.