Incêndio atinge o Hospital Federal de Bonsucesso - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Incêndio atinge o Hospital Federal de BonsucessoReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por Julia Noia*
Rio - Em agosto de 2019, o incêndio de grandes proporções no Hospital Badim, na Tijuca, trouxe profunda dor e aflição para familiares e pacientes, deixando 23 mortos. Mais de um ano depois, a comoção em escala nacional retorna com o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, referência para o tratamento da covid-19, que deixou dois mortos, segundo a última atualização. As tragédias, separadas pelo tempo, possuem muitas similaridades, segundo especialista em prevenção e combate a incêndios.
Wesley Pinheiro conta que os dois incêndios começaram no subsolo onde, em estruturas prediais mais antigas, estão localizados geradores de energia e almoxarifados, uma combinação muito volátil quando não há a devida proteção. Apesar do alarme referente às chamas, o treinador de brigadas de incêndio alerta para o principal perigo: a fumaça.
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"Quando a fumaça sai da cobertura de um prédio, o calor não atinge os andares inferiores, mas, de baixo para cima, tem tudo para dar errado porque ela sobe com velocidade, elimina a fissão, causa queimaduras. Pelas estatísticas NSTA, órgão dos Estados Unidos, 80% da causa de morte de pessoas em incêndios é a fumaça", destaca. 
Somando-se ao alarde da fumaça, o Hospital de Bonsucesso ainda não tem o documento de vistoria do Corpo de Bombeiros, e para Wesley, isso significa um sinal de portas interditadas. "Primeiro, tem que ser emitido o certificado de aprovação, o CA. Uma edificação sem isso não era para estar funcionando, não tem fiscalização", afirma. Ainda segundo ele, a corporação poderia ter sido mais incisiva no pedido de fechamento do hospital.
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Estrutura bem preparada
Para garantir toda a segurança e comodidade aos pacientes, funcionários e visitantes dos hospitais, o especialista recomenda que os prédios respeitem algumas determinações caso usem o subsolo, como ter lajes e portas corta-fogo para evitar o alastramento do fogo. Dentro da estrutura, o cabeamento e a tubulação devem ser vedados, além da instalação de exaustor e ventiladores para tirar o ar impuro do ambiente. 
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Os proprietários também devem manter a certificação do Corpo de Bombeiros atualizada dentro da legislação atual, alterada em 2018. Diante disso, a recomendação é que tenha havido uma vistoria há, no máximo, dois anos.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes