Pacientes ainda aguardam transferência após incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso
Segundo Ministério da Saúde, 179 pacientes já foram remanejados, 37 receberam alta e outros três morreram
Por O Dia
Rio - Onze pacientes ainda aguardam transferência para outras unidades de saúde após o incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), Zona Norte do Rio, nesta terça-feira. De acordo com o Ministério da Saúde, 191 pacientes foram transferidos, 37 receberam alta, 1 aguarda transferência e 3 pacientes morreram.
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A terceira vítima foi identificada na manhã desta quarta-feira. Marcos Paulo Luiz, de 39 anos, estava internado no hospital com pneumonia. Também faleceu uma senhora de 83 anos, que não teve a identidade revelada, que estava internada com covid-19 e em estado grave no CTI coronariano. Mais cedo, Núbia da Silva Rodrigues, 42 anos, também paciente da doença, morreu durante o processo de transferência para outro hospital.
Os pacientes transferidos foram levados para unidades estaduais, municipais e federais. Para a rede municipal, eles foram remanejados para os hospitais: O Hospital de Campanha no Riocentro disponibilizou 64 leitos, sendo 50 de enfermaria e 14 de terapia intensiva, para pacientes transferidos. Nove ambulâncias (três básicas, duas UTI e quatro cegonha) da SMS atuam nas transferências.
Quarenta e três pacientes foram transferidos para a rede municipal até 9h30 desta quarta-feira: Hospital de Campanha: 12 Hospital Souza Aguiar: 02 Hospital Ronaldo Gazolla: 03 Hospital Evandro Freire: 02 Hospital Miguel Couto: 01 Hospital Albert Schweitzer: 02 Cer Leblon: 03 Maternidade Fernando Magalhães: 03 Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda: 02 Maternidade Leila Diniz: 07 Maternidade de Carmela Dutra: 03 Hospital da Mulher Mariska Ribeiro: 02 Maternidade Alexander Fleming: 01
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Já na rede estadual, há nove pacientes no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), quatro para o Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC), dois para o Hospital Estadual Anchieta (HEAN) e dois para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC). Há ainda um paciente no Hospital Federal do Fundão.
Todos os pacientes serão transferidos. Segundo a assessoria do HFB, a recomendação para a transferência de todos os pacientes partiu do Corpo de Bombeiros, por conta do volume de fumaça, cheiro forte e da combustão ainda não controlada. Outra questão, é que o subsolo, onde o incêndio começou, é interligado aos outros seis prédios, podendo apresentar riscos aos pacientes.
No pátio do hospital, foram montadas tendas para facilitar o trabalho das equipes. O fogo começou no subsolo da unidade de saúde, onde está localizado o almoxarifado, na manhã desta terça-feira. A causa do incêndio ainda é desconhecida. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as causas.
Para especialista, incêndios de Bonsucesso e Badim têm similaridades
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Em agosto de 2019, o incêndio de grandes proporções no Hospital Badim, na Tijuca, trouxe profunda dor e aflição para familiares e pacientes, deixando 23 mortos. Mais de um ano depois, a comoção em escala nacional retorna com o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, referência para o tratamento da covid-19, que deixou três mortos, segundo a última atualização. As tragédias, separadas pelo tempo, possuem muitas similaridades, segundo especialista em prevenção e combate a incêndios.
Wesley Pinheiro conta que os dois incêndios começaram no subsolo onde, em estruturas prediais mais antigas, estão localizados geradores de energia e almoxarifados, uma combinação muito volátil quando não há a devida proteção. Apesar do alarme referente às chamas, o treinador de brigadas de incêndio alerta para o principal perigo: a fumaça.
"Quando a fumaça sai da cobertura de um prédio, o calor não atinge os andares inferiores, mas, de baixo para cima, tem tudo para dar errado porque ela sobe com velocidade, elimina a fissão, causa queimaduras. Pelas estatísticas NSTA, órgão dos Estados Unidos, 80% da causa de morte de pessoas em incêndios é a fumaça", destaca.
Somando-se ao alarde da fumaça, o Hospital de Bonsucesso ainda não tem o documento de vistoria do Corpo de Bombeiros, e para Wesley, isso significa um sinal de portas interditadas. "Primeiro, tem que ser emitido o certificado de aprovação, o CA. Uma edificação sem isso não era para estar funcionando, não tem fiscalização", afirma. Ainda segundo ele, a corporação poderia ter sido mais incisiva no pedido de fechamento do hospital.