Maiara estava grávida de quatro meses. Ela foi baleada durante operação da Polícia Civil no Complexo da Maré
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Maiara estava grávida de quatro meses. Ela foi baleada durante operação da Polícia Civil no Complexo da Maré Reprodução
Por O Dia
Rio - Maiara Oliveira da Silva, 20 anos, baleada na tarde desta terça-feira durante megaoperação da Polícia Civil no Complexo da Maré, Zona Norte permanece em estado muito grave no CTI, nesta quarta-feira. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde também confirmou o falecimento do bebê e informou que a equipe da unidade hospitalar se solidariza com os familiares neste momento. 
A jovem, que estava grávida de 4 meses, foi levada pelos agentes para ser atendida no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador. 
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De acordo com a corporação, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) estavam prestes a deixar a comunidade quando o tiroteio começou. "Ao se retirarem do complexo da Maré, após a operação Gota D’Água, tiveram uma pane no veículo blindado. Os agentes, últimos a deixar a operação, foram emboscados por traficantes e atacados com rajadas de tiros. Após o final do confronto, próximo aos policiais, havia uma moradora ferida pelos disparos dos criminosos", afirmou.
O pai da jovem disse que estava voltando do trabalhando quando soube que a filha tinha sido baleada e precisou leva-la ao hospital.
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"Eu estava vindo do trabalho quando minha sobrinha me ligou e falou que minha filha tinha sido atingida. Eu cheguei na rua onde eu moro e os policiais não deixaram eu entrar. Eu consegui entrar e vi os policiais fazendo os primeiros socorros, que pra mim não são primeiros socorros. Vi minha filha vazando sangue com um tiro de fuzil. Mais de 100 viaturas da Civil dentro da Nova Holanda, caveirão perto e eles não quiserem levar [para o hospital]. Eu peguei o carro para poder socorrer minha filha", afirmou o pai da jovem, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo. 
Nesta quinta, a Polícia Civil disse ao DIA que socorreu Maiara. "Todo o atendimento pré-hospitalar à senhora Maiara Oliveira da Silva foi realizado por agentes da Core, que possuem treinamento específico para essas situações de acordo com o protocolo TCCC utilizado pela Unidade. Os policiais aplicaram as técnicas mais atuais para lesões por PAF e, ainda, utilizaram materiais próprios de ponta como selo de tórax e bandagem israelense para controlar a grave hemorragia da vítima. Considerando que mais de 95% dos feridos por PAF morrem de hemorragia, esse tipo de socorro é uma luta contra o relógio", diz a nota.
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"Dessa forma, como os agentes não tinham uma ambulância próxima e não contavam com viaturas convencionais nos arredores, durante o atendimento ainda na favela pediram que algum familiar ou transeunte conseguisse um carro rapidamente. Maiara Oliveira da Silva foi socorrida em um táxi pela equipe da Core, acompanhada pelo namorado. Durante o percurso os policiais mantiveram contato com hospital e passaram as informações iniciais acelerando o atendimento hospitalar. Deram prosseguimento ao atendimento seguindo instruções diretamente passadas pelo médico da Core, que estava na operação. Maiara teve uma lesão extremamente grave no fígado, o que causa uma hemorragia que leva à morte em 90% dos casos. O atendimento imediato, com técnica e materiais próprios, e o transporte rápido para o hospital foram fundamentais para ela chegasse com vida ao hospital", finaliza o documento.