Nilo Rocha encontrou unidade fechada  - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Nilo Rocha encontrou unidade fechada Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por LUANA BENEDITO
Rio - Pacientes encontraram postos de saúde fechados no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, por causa do ponto facultativo do Dia do Servidor Municipal. Nas unidades de saúde, a queixa era mesma: a falta de aviso que as clínicas não funcionariam hoje. Muitos saíram de casa cedo para buscar exames, levar os filhos para vacinação e também marcar consultas. Com os portões fechados e sem cartazes na entrada, eles tentavam informações com seguranças dos locais. Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não respondeu sobre o número de pacientes assistidos pelas clínicas da família e o impacto causado pela desinformação.
A pensionista Marlene da Silva, 45 anos, foi buscar um exame de sangue na clínica Jorge Saldanha Bandeira De Mello, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, para uma consulta que tem agendada na próxima semana. "É um descaso e uma falta de respeito. Está tudo lacrado, lotado de gente e ninguém informa nada. Cheguei aqui cedo, chamei o guarda e ele sequer veio aqui falar comigo", critica.
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Marlene ainda reclama da demora no atendimento. "Eu sou muito bem tratada aqui no posto, não tenho o quê reclamar da equipe médica, não nego. Mas o Sisregf demora demais, a gente pode até morrer na fila. É tudo muito desorganizado. Aqui está a prova, fecham o posto e nem avisam antes", diz a pensionista, que diz está sofrendo com o inchaço nas pernas.
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O aposentado Nilo Rocha, 82 anos, também saiu de casa cedo para ir ao posto de Jacarepaguá retirar pontos de uma cirurgia. "Não avisaram nada para gente, é uma falta de respeito", comenta.
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A morada da Taquara, Alexandra da Silva, levou os filhos para vacinação e não conteve a indignação. "Além de vim de longe, gastar dinheiro com condução, a gente chega aqui e está parado. Acordei as crianças, tirei elas da cama cedo para encontrar o posto fechado", diz.
Na Clínica da Família Souza Marques, no Campinho, Zona Norte do Rio, a dona de casa Daisy Diniz também encontrou os portões fechados e nenhum aviso na portaria. Ela tinha levado os netos para vacinar.
"Falam tanto para a gente tomar cuidado com a pandemia de covid-19, para gente tomar cuidado com a locomoção e eu vim aqui à toa, porque não avisaram que iria estar fechado. É um descaso", desabafa.
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Apesar das queixas de falta de informação nos postos, a Secretaria Municipal de Saúde informou que orientou os controladores de acesso das unidade a anotarem nomes e contatos das pessoas que comparecessem hoje nas unidades.
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Em nota, a pasta pediu desculpas a quem passou por transtornos causados pelo não funcionamento das unidades devido ao ponto facultativo pelo Dia do Servidor Municipal. E destacou que as unidades de emergência estão funcionando normalmente hoje com atendimento 24 horas.

"Clínicas da família e centros municipais de saúde tentaram remarcar todos os pacientes agendados para hoje, mas não conseguiram contactar 100% das pessoas. Quem não foi atendido hoje pode comparecer às unidades de saúde, que será atendido ou reagendado para até sete dias. Em paralelo, as unidades telefonarão para fazer a remarcação de consultas e exames", disse a secretaria, em nota.