
Os manifestantes temem o fim de parte dos atendimentos, com a suspensão temporária de algumas especialidades e a transferência de médicos e enfermeiros para outras unidades de saúde.
"Nosso medo é que ao serem realocadas em outras unidades, algumas especialidades dos centros cirúrgicos não voltem a serem oferecidos no Hospital Federal de Bonsucesso. Tememos que a obra demore meses, um ano ou mais e caia no esquecimento e a unidade não volte a realizar cirurgias, uma referência na região. A clínica cirúrgica do Bonsucesso tem todas as especialidades, se ela não retornar será um crime. Queremos uma garantia das autoridades responsáveis de que este serviço voltará para o hospital quando estiver pronto para o atendimento pleno", diz o diretor do Corpo Clínico da unidade, Júlio Noronha.
Durante a manifestação, uma viatura da Polícia Militar chegou com uma grávida passando mal e precisando de atendimento urgente. No entanto, o veículo não passou da porta, e os militares precisaram levar a mulher para outro local.
Cristiane Gerardo, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais de Saúde, Trabalho e Previdência do Rio de Janeiro (Sindisprev-RJ), afirma que o receio é que o governo federal entregue o local à iniciativa privada.
"O maior medo é que aqui seja entregue para a iniciativa privada ou para uma Organização Social (OS) ficar com a direção. Sabemos que se isso acontecer haverá muitas demissões e será o fim de um trabalho que é referência no estado. Não podemos permitir que acabem com a rede federal no Rio de Janeiro, esta rede é muito valiosa para a população. O HFB é responsável pela maior rede de atenção especializada do estado Esse ato é a defesa do hospital. Pedimos a reabertura imediata do hospital com segurança para todos: funcionários e pacientes. A transferência de funcionários daqui para outros locais é um risco para o fechamento permanente".
Setores que voltarão funcionar
. Prédio 3: cuida dos doentes de transplantes renais, doenças autoimunes e problemas do fígado
. Prédio 4: setor administrativo
. Prédio 5: onde os exames são realizados
. Prédio 6: ambulatório
Em nota, o Ministério da Saúde confirmou a volta do funcionamento do HFB. "Terão continuidade as consultas ambulatoriais, sessões de quimioterapia, entrega de medicamentos oncológicos, realização de exames laboratoriais e retirada de resultados". E acrescentou ainda que doação de sangue, emergências, cirurgias, internações, hemodiálise e exames de imagens, que funcionavam no prédio que pegou fogo (1), "permanecem suspensos temporariamente até a conclusão dos reparos necessários".
O prédio 2 — onde funciona o Centro de Atenção à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente — passará por avaliação técnica para o retorno dos atendimentos, segundo informações do Ministério da Saúde.
Reforma da unidade
Segundo o Ministério da Saúde, a apuração dos fatos que levaram ao incêndio segue em andamento e em paralelo será feito o mapeamento dos problemas deixados pelo incidente. Além disso, a pasta informou que vai verificar junto à Superintendência Estadual no Rio de Janeiro e ao Hospital Federal de Bonsucesso a necessidade orçamentária extra para apoiar as soluções e obras para o restabelecimento pleno do prédio e estruturas afetadas.