Moral faz sucesso com suas massas no Morro do Borel - Arquivo Pessoal
Moral faz sucesso com suas massas no Morro do BorelArquivo Pessoal
Por RAI AQUINO
Rio - De ingrediente a ingrediente, Arnaldo Andrade, de 44 anos, virou referência quando o assunto é massa no Morro do Borel. Moral, como é conhecido na comunidade da Zona Norte do Rio, é dono de um restaurante que lembra até no nome o Spoleto. Mas se no asfalto a rede de fast food de culinária italiana se destaca, na favela da Tijuca, o Borelleto é quem faz sucesso.
A ideia de criar o restaurante surgiu há oito anos, quando Moral, que era caminhoneiro desde os 21 anos, percebeu que rodar as estradas do país estava se tornando cada vez mais perigoso. De lá para cá, ele chegou a dar uma pausa no trabalho com as massas, mas no início do ano resolveu retomar o negócio.
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"Eu percebi que geralmente em comunidade se vende cachorro-quente e hambúrguer e eu queria inovar para trazer um público diferente", relembra.
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O restaurante hoje é comandado por ele e a esposa, que deixou o trabalho de administradora de condomínio para se juntar a ele. Os dois têm três funcionários, todos moradores do Borel.
No cardápio do restaurante, além das massas de vários tipos, também há pizzas dos mais variados sabores e sucos naturais.
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"As pessoas falam muito bem dos produtos e eu até fico espantado, boquiaberto. Eu não tenho curso de culinária. É só força de vontade", orgulha-se, dizendo que literalmente colocou a mão na massa para aprender as receitas.
DIFICULDADES
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Desde o início da pandemia, além de toda a dificuldade por causa dos estabelecimentos fechados e da quarentena, Moral teve que encarar os preços altos dos alimentos. Boa parte dos produtos que usa teve uma inflação considerável no período.
"Os produtos ficaram muito caros, alguns dobraram de preço. E a gente procura colocar um material de qualidade, porque pode surgir outras pessoas querendo fazer o mesmo e temos que estar preparado para não perder o cliente que temos", defende.
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Apesar das várias dificuldades de ter um negócio próprio, Moral não desiste de seu sonho. Para ele, o Borelleto é mais do que um restaurante.
"Esse projeto é um filho porque eu faço o que gosto. Se eu não fizer o que gosto, eu não entro. Eu tenho uma equipe dedicada e uma loja com muita harmonia entre as pessoas. Nossa amizade é surreal. A turma aqui é muito bacana, um abraçando outro e a gente preza por isso. Porque não vale à pena você estar em um lugar que não seja legal", enfatiza.
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Feliz em poder fazer com que ele, a esposa e o filho de três anos consigam se sustentar do Borelleto, o morador do Borel tem planos audaciosos para o negócio.
"Eu penso em uma linha maior, em uma franquia, para que a galera que está com a gente hoje, cada um tome conta de uma loja. Eu penso alto", avisa. Alguém duvida que isso vai acontecer?