Flávio Bolsonaro - Marcos Oliveira/Agência Senado
Flávio BolsonaroMarcos Oliveira/Agência Senado
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) afirma que o miliciano Adriano da Nóbrega fazia parte do esquema de "rachadinhas" do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando Flávio era deputado. Segundo a denúncia, no período em que a mulher e a mãe do ex-policial eram contratadas como assessoras parlamentares do então deputado - entre 2007 e 2018 - teriam sido desviados R$ 1.029.042,48 da Alerj para a organização criminosa. A menção ao envolvimento de Nóbrega na investigação e demais detalhes foi revelada pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, desta sexta-feira. 
O esquema das rachadinhas é investigado desde 2018 que consistia, segundo as investigações, na contratação de funcionários fantasmas em gabinetes na Alerj com a condição de que parte do salário pago a esses assessores fosse devolvido aos parlamentares. Ou seja, desviado dos cofres públicos.
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De acordo com o telejornal, a investigação aponta que a mulher do ex-policial Adriano da Nóbrega, Danielle Mendonça da Costa, e a mãe dele, Raimunda Veras Magalhães, foram contratadas como assessoras parlamentares no gabinete de Flávio Bolsonaro em 2007 e 2015, respectivamente, e eram funcionárias fantasmas. Ou seja, recebiam, mas não iam trabalhar. A denúncia ainda diz que Raimunda era dona de pizzarias utilizadas para movimentar parte do dinheiro desviado da Alerj.
O dinheiro fruto da corrupção percorria o seguinte caminho, conforme a investigação citada pelo "Jornal Nacional": após o desvio da Alerj, seguia para as pizzarias e era direcionado para contas do também assessor parlamentar Fabrício Queiroz por meio de transferências ou depósitos bancários. Queiroz, apontado como operador do esquema, foi contratado como assessor parlamentar de Flávio em 2007.
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Embora o miliciano Adriano da Nóbrega nunca tenha sido nomeado no gabinete de Flávio na Alerj, o MPRJ sustenta que ele integrava o núcleo executivo da organização criminosa e que tinha relação próxima com Queiroz e Flávio. Capitão Adriano teria assumido o compromisso de conseguir empregar a mulher e a mãe como funcionárias fantasmas e que elas devolveriam parte do salário por meio do esquema de rachadinhas.
Procurado pelo DIA, oficialmente o MPRJ disse apenas que o caso já foi denunciado e está na Justiça sob sigilo.
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Respostas
Ao "Jornal Nacional", a defesa de Flávio Bolsonaro afirmou que o senador não cometeu nenhuma irregularidade, que ele desconhece supostas operações financeiras entre ex-servidores da Alerj e que os fatos serão esclarecidos no tempo e no foro adequados.

A defesa de Fabrício Queiroz disse que as imputações não correspondem à verdade, o que, segundo ele, será demonstrado na defesa judicial.

As defesas de Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa não foram localizadas pelo telejornal nem pela reportagem do jornal O DIA.
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