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Livrarias físicas guardam o brilho do papel 'ao vivo'

Ensaio fotográfico mostra a magia das obras expostas em prateleiras, que revelam mundos bem particulares

Por ANA CARLA GOMES
A livraria sempre esteve ali. Mas foi na pandemia, numa das etapas de flexibilização, que ela entrou na minha rota em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O que tinha de atraente? O livro 'Felicidade: Modos de Usar', de Cortella, Karnal e Pondé. A obra aparecia já à mão, entre tantas outras, para ser adquirida de imediato. Resolvi comprá-la e, a partir daí, virei frequentadora da Alvarenga, no Bairro 25 de Agosto. Pouco depois, encomendei lá mesmo a coleção de guardanapos do poeta Fabrício Carpinejar, que havia visto em outra livraria física, bem antes desses tempos difíceis de máscaras, em Botafogo. Aquelas poesias me encantaram logo no início: podem ser destacadas e viram presentes. Para nós mesmos, em primeiro lugar.

Em Caxias, certa vez, estive na livraria para comprar um item de papelaria e passei a conversar com o funcionário que sempre me atende. Primeiro, me contou que os mais vendidos são os livros de autoajuda e de educação financeira, esses últimos procurados por jovens. Fui conferir se a biografia da Rita Lee ainda estava no alto de uma prateleira, parei diante das obras do poeta Bráulio Bessa. E já ia embora, meio que extasiada por aquele mundo literário, quando me dei conta de que estava esquecendo os pedidos da papelaria no balcão. Os livros têm mesmo essa magia de conduzirem a gente por muitas viagens, mesmo sem sairmos do lugar.

Estar numa livraria é sempre um momento mágico. Fico olhando aquelas prateleiras, com os livros separados por assuntos, e imaginando quantos mundos particulares eles representam. Para onde vai cada uma daquelas publicações tão diversas? Em que casas entram? Que pessoas atraem? Ao mesmo tempo, visualizo vários amigos em cada tema. Por instantes, é como se aquele lugar não estivesse mais separado por seções, mas pelo nome de quem eu conheço.
O papel "ao vivo", como está nas livrarias, é fascinante. Como o jornal impresso numa banca. Direto das rotativas das gráficas para as mãos do jornaleiro. Mas o mundo digital é uma realidade e veio para ficar. O jornal tem sua versão online e o livro pode ser "folheado" num e-book. A tecnologia se entrelaçou ao universo das palavras.

As gigantes do e-commerce chegam pelos nossos celulares e computadores, oferecendo facilidades, benefícios e descontos. Mas, mesmo que o mundo virtual esteja cada vez mais presente, a notícia do fechamento de uma livraria física deve ser lamentada. Através de um post no Instagram, aliás, soube que aquela onde conheci os guardanapos do Carpinejar encerrou suas atividades durante a pandemia, mas outras unidades da rede seguem funcionando. Ao mesmo tempo, comemorei que a Leitura havia chegado à Rua do Ouvidor. Uma nova opção no Centro do Rio. Mais uma chance de se encantar com aquele cenário lindo dos textos em papel "ao vivo".
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