Baile de corredor - REPRODUÇÃO DE VÍDEO
Baile de corredorREPRODUÇÃO DE VÍDEO
Por Yuri Eiras
Rio - Sangue, pedaços de madeira, cadeiras e cápsulas de bala. O cenário em frente ao Esporte Club Sueca era de terror um dia após a pancadaria generalizada durante um baile funk de corredor no Jardim Redentor, em Belford Roxo. Três pessoas morreram durante um tiroteio no lado de fora do ginásio. Entre elas, Eduardo Octávio, conhecido como Dudu da Guarda e Rato, frequentador antigo de bailes funk.
Em vídeo enviado ao Whatsapp do DIA, é possível ver uma poça de sangue na Rua Péricles, onde fica o clube. "Acabaram com o Sueca, esculacharam tudo", lamenta o autor do vídeo. As dependências do ginásio ficaram destruídas, com muitos pedaços de pau no chão, consequência da pancadaria ocorrida. Garrafas, cadeiras, mesas de ferro e até um engradado de cerveja viraram armas na confusão. 
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A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga as mortes. Segundo testemunhas, os tiros foram disparos de membros do 'Lado A', que tentavam avançar sobre o 'Lado B', grupo no qual Dudu da Guarda pertencia. Pessoas presentes no baile explicaram que a confusão saiu do controle depois que o 'Lado B' invadiu a festa com um número muito maior de pessoas.
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Os bailes funks de corredor foram um fenômeno na década de 1990, mas deixou um rastro de destruição na juventude carioca. No evento, grupos se dividem em 'Lado A' e 'Lado B' para brigar. Atualmente, equipes de som que fizeram sucesso em décadas passadas voltaram a realizar os chamados 'bailes das antigas', mas sem brigas. Os bailes de corredor que acontecem atualmente são chamados de 'pey pey pow' e repudiados até mesmo por quem participou dos antigos.
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"Na nossa época já era muito, mas muito errado, mas éramos jovens e não tinha tanta destruição. Hoje em dia, qualquer um pode ter uma arma. Pessoas de 30, 40 anos se digladiando é muito triste", disse um antigo frequentador que preferiu não se identificar. Outro antigo funkeiro diz que os bailes organizados atualmente repudiam veementemente o corredor. 
"A diferença é que vamos em baile para as famílias, para crianças, inclusive. Lá tem pula-pula, é um divertimento nas tardes de sábado e de domingo que o funkeiro pai de família vai para curtir com sua família. Totalmente da paz. Você ouve os funks da antiga que fizeram sucesso da década de 1990 e reencontra os amigos. Esse baile de briga, de corredor, são de empresários que cobram R$ 20, R$ 30 da pessoa ir pro baile para brigar e ainda ser espancada, morrer. Bem dizer, pagou para morrer, para apanhar".
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Em nota, a secretaria municipal de Saúde de São João de Meriti informou que "quatro homens deram entrada na UPA de Jardim Íris com ferimentos por arma de fogo" na noite de sábado.
"Destes, dois foram a óbito, um foi transferido para o hospital de Saracuruna com quadro de saúde estável e o quarto fugiu da unidade após os primeiros atendimentos. Em seguida, pouco mais de 1h da manhã de domingo (8), outros dois homens, também feridos por disparos de arma de fogo, chegaram à unidade, um deles foi transferido para o hospital de Saracuruna com quadro de saúde estável e o outro também faleceu". Os nomes das outras duas vítimas não foram divulgados.