Pesquisa da Fiocruz vai testar a eficácia da BCG contra a Covid-19 em profissionais da saúde da ativa - Erasmo Salomão / Ministério da Saúde
Pesquisa da Fiocruz vai testar a eficácia da BCG contra a Covid-19 em profissionais da saúde da ativaErasmo Salomão / Ministério da Saúde
Por O Dia
Rio - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai começar a testar, a partir desta segunda-feira, 16, a vacina BCG contra a covid-19 em profissionais da saúde que estão na ativa. A pesquisa faz parte do Brace Trial, um ensaio clínico de fase III, que analisa as reações da vacinação ou revacinação da BCG para reduzir os impactos da infecção pelo novo coronavírus. 
Liderada pela pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo, o recrutamento de mil voluntários será feito no Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), em Curicica, Zona Oeste, e no Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), no campus Fiocruz Manguinhos, Zona Norte. Trabalhadores da saúde, como enfermeiros, médicos, técnicos, fisioterapeutas, recepcionistas e porteiros, maiores de 18 anos poderão fazer parte da pesquisa. Além deste critério, para ser voluntário é preciso não ter sido infectado pela Covid-19 e não estar participando de outro ensaio clínico.
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“No dia 16 de novembro, iniciaremos o estudo de fase III com a vacina BCG para prevenção da Covid-19. Sabemos que essa vacina confere uma proteção imunológica bastante variada, e a hipótese a ser demonstrada é se a BCG poderá nos proteger contra os episódios da Covid ou, pelo menos, atenuar a virulência de cada um deles. Convidados voluntários a fazerem parte da pesquisa inscrevendo-se pelo link”, explica Margareth Dalcomo. 
A BCG (Bacillus Calmette-Guérin) é uma vacina utilizada para prevenir as formas graves de tuberculose na infância e também é reconhecida por gerar uma resposta imunológica ampla contra outras infecções. Estudos sugeriram que ela poderia oferecer proteção contra a covid-19 por provocar a ação celular contra organismos como vírus, bactérias, protozoários intracelulares, por meio da resposta imune inata.
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Antes de receber a vacina, os voluntários passarão por entrevista e testagem. Todos serão acompanhados pela equipe de pesquisa por até um ano, por meio de ligações telefônicas semanais. Caso apresentem qualquer sintoma, poderão fazer a coleta do swab nasal para avaliar a presença do vírus. Além disso, retornos trimestrais serão agendados para verificar a presença de possíveis infecções assintomáticas.