Jerominho (à esquerda) e Natalino são alvos de busca e apreensão - Reprodução facebook
Jerominho (à esquerda) e Natalino são alvos de busca e apreensãoReprodução facebook
Por O Dia
Rio - Os irmãos Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e Natalino José Guimarães, o Natalino, acusados de serem fundadores da maior milícia do Rio, a Liga da Justiça, são alvos de uma operação da Polícia Federal, nesta quinta-feira (12). A operação  Sólon visa apurar a prática do crime de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro conexos à crimes eleitorais.
Ao todos, são 12 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos pelos agentes contra milicianos que almejam cargos no legislativo e no executivo, nas eleições municipais deste ano. Os irmãos apoiam a candidatura de Carminha Jerominho, filha do ex-vereador Jerominho. 
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Jerominho havia anunciado sua pré candidatura ao legislativo municipal, mas desistiu em julho.
A Polícia Federal apreendeu R$ 141 mil e $ 2,5 mil dólares em espécie e material de campanha da candidata Carminha Jerominho na residência de um dos alvos da operação. 
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A ação conta com a participação de aproximadamente 85 Policiais Federais que cumprem mandados de busca e apreensão em residências, comitês de campanhas e empresas ligadas aos envolvidos.
A Polícia Federal identificou movimentações financeiras atípicas nas empresas ligadas aos investigados, sendo que tais valores possivelmente seriam destinados no gastos de campanhas eleitorais.

Os mandados foram expedidos pela 16ª Zona Eleitoral, especializada na prática de crimes praticados por organização criminosa (Lei nº 12.850/2013), de lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98) e outros ilícitos congêneres, conexos a crimes eleitorais.

Não houve a realização de prisões tendo em vista que é proibido pelo artigo 236 do Código eleitoral (Lei 4737/65) o cumprimento de mandados de prisão de candidatos a menos de 15 dias para o pleito e de eleitores a menos de 05 dias do dia de votação.
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IRMÃOS GUIMARÃES E A LIGA DA JUSTIÇA 
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O nome do grupo paramilitar é uma referência ao grupo de super-heróis dos quadrinhos chamado Liga da Justiça. O símbolo usado é o escudo do personagem dos quadrinhos Batman. Além dos irmãos, o miliciano Ricardo Teixeira da Cruz, conhecido como Batman, fazia parte da organização criminosa.
Os irmãos Natalino e Jerominho foram denunciados e ficaram presos por mais de dez anos, ganhando direito à liberdade em 2018. Os dois faziam parte, em 2008, de uma lista de 226 pessoas indiciadas na CPI das Milícias, instalada na Alerj, por fundarem a Liga da Justiça. Natalino Guimarães já ocupou uma cadeira no legislativo estadual. Já o irmão, foi vereador pela cidade do Rio. 
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Atualmente, a Liga da Justiça passou a ser conhecida como Bonde do Ecko, em referência ao miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, que assumiu o grupo paramilitar após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, conhecido como Carlinhos Três Pontes.